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Joe Corre, filho da estilista Vivienne Westwood e do criador do Sex Pistols Malcolm McLaren, queimou toda sua coleção de objetos relacionados ao punk, avaliados em 5 milhões de libras, em um barco no rio Tãmisa, em Londres
- BBC Brasil
O punk não é nostálgico!, gritou o homem a partir de um barco no meio do rio Tâmisa, em Londres, antes de atear fogo a uma série de discos, cartazes, roupas e outros objetos relacionados ao movimento musical e cultural influente do final dos anos 1970.
Era Joe Corre, filho do representante da banda Sex Pistols, Malcolm McLaren, e da revolucionária estilista Vivienne Westwood, gurus e promotores do punk no Reino Unido.
A queima de uma coleção avaliada em US$ 6,25 milhões (o equivalente a R$ 21,25 milhões) foi um protesto contra as comemorações previstas para os próximos meses para marcar o 40º aniversário do lançamento do álbum “Anarchy in the UK” (Anarquia no Reino Unido) do Sex Pistols, com o qual nasceu o movimento.
Gritos e cuspes
O punk entrou em cena na década de 1970, com ritmos violentos tocados por músicos agressivos, vestidos com roupas rasgadas, tatuagens e piercings na boca e sobrancelhas, cantando entre gritos e cuspidas.
Grupos como The Clash, The Damned, Buzzcocks, Discharge, Penetration, The Stranglers e muitos outros com nomes alusivos ao caos, à subversão e à desordem social, em comparação, fazia os roqueiros anteriores serem vistos como avôs fofos.
Esse estilo musical gerou uma subcultura rebelde contra todas as instituições e costumes estabelecidos na sociedade britânica, o que influenciou uma geração de não-conformistas que adotaram uma postura niilista perante a vida.
O slogan do Sex Pistols era “Não há futuro”.
Extinção
Assim como não há futuro, para Joe Corre também não há passado. “O punk nunca pretendeu ser nostálgico!”, expressou à medida que ateava fogo à sua coleção de memórias punk.
Bonecos do ex-primeiro ministro britânico David Cameron, seu ministro da Economia George Osborne e do atual ministro de Relações Exteriores, Boris Johnson, também foram envoltos em chamas no barco como parte do protesto na altura do bairro de Chelsea, oeste de Londres.
O lado do barco tinha um cartaz que dizia: “A extinção! Seu futuro”, fazendo claro eco ao slogan do punk.