A encenação do poder. Por Flávio Chaves

Enquanto o povo clama por básico, políticos entregam migalhas

  Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc    –     Enquanto crianças passam fome, postos de saúde viram depósitos de doentes sem atendimento, escolas afundam na precariedade e famílias se amontoam em barracos de madeira, prefeituras promovem um espetáculo de autopromoção: uma cerimônia com direito a fotos, discursos e palmas para anunciar a pavimentação de duas ruas. Apenas duas. Nem sequer há data para o início das obras, mas já houve tempo para reunir senadores, deputados, vereadores e toda a corte de aliados em um ato que mais parece uma zombaria com quem vive no abandono. As empreiteiras que vencem a licitação já recebem uma boa fatia por uma obra que sequer começou.

A pergunta que ecoa nas ruas esburacadas é simples: por que tanta pompa por algo que deveria ser rotina? Enquanto a população sofre com a falta do essencial, o gestor público transforma obrigação em propaganda. E o pior: ninguém sabe de onde vem tanto dinheiro para festas, carros luxuosos e patrimônios que crescem magicamente, enquanto o povo definha na fila do SUS, nas salas de aula sem livros e sem merendas dignas  e nos barracos sem luz ou água.

É um ciclo perverso: quanto mais o povo precisa, menos o poder entrega. E quando entrega migalhas, faz questão de filmar, fotografar e comemorar como se fosse um feito histórico. Se duas ruas merecem champanhe, imaginem o que fariam se resolvessem o caos na saúde, a vergonha da educação ou o desespero da moradia. Mas aí, não há interesse. Problema resolvido é promessa que some da pauta.

O povo já está acordando para este jogo da partida da maldade. A cada eleição, a esperança é menor, mas a revolta é maior. Muitos ficaram de fora do último pleito, em 2024, fingem não saber o motivo e alguns culpam o povo.

Um dia, a conta chega. Porque enquanto eles brindam, o povo sangra. E sangue, cedo ou tarde, escorre — e mancha até o asfalto mais bem lavado.

#ChegaDeMentiras #CadêODinheiro? #PovoSofreEnquantoElesComem

Mães de Pernambuco completa um ano com mais de 117 mil beneficiadas

Foto: Janaína Pepeu

O Programa Mães de Pernambuco, iniciativa do Governo do Estado voltada às mulheres em situação de vulnerabilidade, completa um ano nesta terça-feira (25). Com investimento de cerca de R$ 260 milhões, o benefício de R$ 300 mensais já chegou a mais de 117 mil mães, ajudando no cuidado com crianças de até seis anos. “Quem tem fome, tem pressa, e esse valor está transformando a realidade dessas famílias, levando dignidade a essas mulheres e crianças. Essa é a nossa forma de fazer mudança”, afirma a governadora em exercício Priscila Krause.

A dona de casa Gabriele Cristina Pereira da Silva, de 26 anos, do município de Brejo da Madre de Deus, conta que o auxílio tem sido essencial para garantir a alimentação dos filhos. “Faço bicos de faxina ou lavagem de roupas e conto com o Bolsa Família. O Mães de Pernambuco está me ajudando bastante, principalmente na alimentação, mas também consegui fazer alguns reparos na casa onde moramos”, relata.

O impacto do programa se estende a diversas regiões do Estado. Em Chã Grande, Maria Josivalda da Conceição lembra da emoção ao saber que receberia o benefício. “Foi um alívio e uma alegria imensa. Esse auxílio chegou no momento certo, me ajudando a colocar comida na mesa e dar mais conforto aos meus filhos”, diz. O secretário da SAS, Carlos Braga, destaca que a iniciativa melhora a qualidade de vida de mulheres e crianças. “Elas continuam entre as mais vulneráveis, e esse complemento na renda impacta profundamente a realidade social pernambucana”, reforça.

Ex-mulher e ex-cunhada de Yves são nomeadas na Prefeitura do Recife

Foto: Reprodução/Instagram

Comandada pelo ex-deputado e presidente estadual do MDB, Raul Henry, a Secretaria de Relações Institucionais da Prefeitura do Recife trouxe, nesta terça (25), sete novas nomeações. Entre elas estão a ex-secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos de Paulista, Kelly Tavares.

Ela é presidente municipal do MDB e foi candidata a vereadora pelo partido na última eleição, mas teve o nome envolvido numa grande polêmica, quando teve sua candidatura impugnada na Justiça, por estar numa relação de união estável com o então prefeito Yves Ribeiro, com quem teve dois filhos.

À época, Yves negou que ela ainda fosse sua mulher. Kelly conseguiu reverter a impugnação, mas não conseguiu se eleger vereadora, ficando na primeira suplência. Ela foi nomeada como assessora especial de administração da Secretaria de Relações Institucionais do Recife. Além de Kelly, a irmã dela, Kássia Tavares, que foi secretária de Saúde de Paulista na gestão de Yves, também foi nomeada na pasta comandada por Raul. Kássia atuará como assessora técnica da secretaria.

Yves Ribeiro era filiado ao MDB e deixou o partido para ingressar no PT e disputar a reeleição. À época, desistiu alegando problemas de saúde, mas atuou ativamente da campanha de Kelly. Após a eleição, enfrentou um desgaste interno e se desfiliou do Partido dos Trabalhadores. Atualmente, ele é secretário de Governo em Itapissuma.