Construtora fantasma vencia as licitações e repassava valores ganhos a funcionários de Prefeituras

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), revelou que uma construtora fantasma era utilizada para vencer as licitações e repassar valores a servidores das prefeituras de Sertão pernambucano, em coletiva de imprensa sobre a Operação Abantesma, desencadeada na manhã desta quinta (12).

As investigações começaram em 2021 com o objetivo de averiguar o uso da empresa em licitações das Prefeituras de Iguaracy, Betânia, Custódia, Itapetim e São José do Egito, todas em Pernambuco.

Segundo o gestor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRACCO), Delegado Paulo Furtado, a empresa vencedora dos contratos não possuía endereço físico e nem funcionários.

“A empresa que era utilizada para licitações nas prefeituras, vencia as licitações, mas não possuía nem sede nem funcionários registrados. Também apurou-se que parte dos valores ganhos na licitação eram destinadas a Funcionários Públicos que possuíam cargo na prefeitura, principalmente nas secretarias de obras. As investigações continuam visando identificar o máximo de pessoas possíveis envolvidas nessa fraude em licitação”, disse o delegado.

Os contratos investigados possuem o montante de aproximadamente 4 milhões de reais.

Abantesma faz referência justamente ao fato da empresa existir somente no papel, se tratando, então, de uma empresa fantasma.

Segundo as investigações, há indícios das práticas dos crimes de Peculato, Corrupção Passiva e Ativa e Lavagem de Dinheiro.

Na execução da operação, foram mobilizados 60 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. As investigações contaram com o apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel) e do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab/LD).

Peculato é um crime configurado quando servidor público apropria-se ou desvia, em favor próprio, de dinheiro, valor, ou qualquer outro bem móvel que se encontra em posse do funcionário em razão de seu cargo.

Do Diario de Pernambuco.

Vídeo: Barbacena, o silêncio do holocausto brasileiro. Por Flávio Chaves

Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc   –   Barbacena, Minas Gerais. O nome que ecoa como sinônimo de flores e montanhas também guarda um grito abafado pela história. Dentro do Hospital Colônia, erguido em 1903 como um espaço para tratamento psiquiátrico, desenhando um dos capítulos mais sombrios da humanidade. Sob os muros do hospital, a indiferença se transformou em um mecanismo de extermínio, e as vítimas não eram apenas pacientes, mas seres humanos reduzidos à poeira da existência, tragados por uma máquina de tortura.

Por décadas, a Colônia não recebeu apenas pessoas com transtornos psiquiátricos, mas uma sociedade indesejada. Pobres, mães solteiras, homossexuais, alcoólatras e até aqueles que apenas incomodavam a moral da época foram enviados para o hospital sem diagnóstico ou justificativa plausível. Estima-se que 70% das pessoas internadas não possuíam qualquer condição psiquiátrica acesa. A era da pobreza, muitas vezes, o único “sintoma”. O cativeiro da indiferença.

Dentro das instalações, o horror se materializou. Amontoados como objetos descartados, homens e mulheres eram desnudados de sua dignidade. A fome os corroía, o frio os consumia, e o descaso os silenciava. A linha que separava a vida da morte era tênue e indiferente. Entre 60 mil almas perdidas na Colônia, cada morte representava um grito sufocado pela insensibilidade institucional.

O psiquiatra italiano Franco Basaglia, ao visitar o hospital em 1979, descreveu o que viu como um campo de concentração. Era impossível não fazer essa comparação. A lógica de exclusão e eliminação sistemática feita de Barbacena um holocausto silencioso. O Hospital Colônia se tornou um lugar onde os corpos eram negociados às escondidas; entre 1969 e 1980, mais de 1.800 cadáveres foram vendidos para faculdades de medicina sem qualquer consentimento familiar. A morte, ali, era mais valiosa que a vida. Um campo de concentração disfarçado. 

O Holocausto Brasileiro não foi apenas o reflexo de uma falha institucional, mas de uma sociedade que prefere ignorar o sofrimento de seus próprios filhos. Cada paciente enviado à Colônia era uma declaração de que sua existência não tinha valor. A exclusão tornou-se sentença de morte; o descaso, a sua condenação. A dor de um sistema desumano.

Hoje, ao relembrar o Hospital Colônia, é impossível não questionar o papel do ser humano frente à dor alheia. A Reforma Psiquiátrica brasileira, nascida da luta por um tratamento mais humano, foi um avanço. Mas a memória de Barbacena nos alerta: o silêncio diante do sofrimento não é neutralidade, é cumplicidade. Ecos do passado, lições para o futuro.

As ruínas da Colônia são mais do que restos físicos; são marcas de um luto coletivo. Que nunca mais sejamos indiferentes ao clamor dos invisíveis. Que nunca mais o sofrimento humano seja relegado ao esquecimento. Barbacena é um espelho cruel, e nós, reflexo de suas cicatrizes.

Seminário em Recife debate os caminhos do jornalismo, política e economia para 2025

  No dia 20 de dezembro, Recife se torna o epicentro de reflexões sobre o futuro do jornalismo, da política e da economia no Brasil. O Seminário “Jornalismo, Política e Economia: Cenários para 2025”, organizado pela Facto Comunicação, promete reunir mentes brilhantes e vozes influentes no Novotel Recife Marina.

O evento surge em um momento crucial, em que o jornalismo político enfrenta desafios imensos: polarização ideológica, desinformação avassaladora e crescentes pressões institucionais. Além disso, traz à mesa debates essenciais sobre os rumos da economia em um ano que promete ser decisivo para o Brasil.

Entre os nomes confirmados, destacam-se figuras renomadas como Roberto Cabrini, George Vidor, Caio Coppolla, Mário Rosa, Lucas Mourão, Wilson Lima, Chico Cavalcante, Ruy Nogueira, Noélia Brito, Renata Gondim, entre outros. Esses formadores de opinião trarão perspectivas únicas sobre liberdade de expressão, o impacto da era digital e a complexa relação entre política e mídia.

A programação promete uma mistura instigante de palestras e debates, proporcionando insights profundos sobre os cenários que nos aguardam em 2025. Além disso, será uma oportunidade valiosa para jornalistas, economistas, acadêmicos e entusiastas da comunicação expandirem sua rede de contatos.

O seminário não será apenas sobre ideias e discussões. A programação inclui momentos de networking, um elegante coquetel de encerramento e até opções de atividades no fim de semana para palestrantes e convidados – tudo isso no coração do Recife, uma cidade vibrante e culturalmente rica.

Se você deseja estar à frente das discussões que moldarão o Brasil em 2025, não pode ficar de fora. Garanta sua vaga e conecte-se com alguns dos maiores nomes do país.

Data: 20 de dezembro de 2024
Local: Novotel Recife Marina

Inscreva-se agora:
bit.ly/seminario-jornalismo-cenarios2025

Ou entre em contato:
? seminario.factocomunicacao@gmail.com
? (81) 8677-9245

Acompanhe todas as novidades no Instagram da Facto Comunicação. Este é o evento que você não pode perder!

Deputado alerta que criminosos estão aplicando golpes em seu nome

Criminosos estão se passando pelo deputado federal Waldemar Oliveira (Avante) para aplicação de golpes via WhatsApp. A fraude que visa obter informações pessoais ou financeiras das pessoas, aproveitando-se da popularidade do aplicativo.

No caso do deputado, os golpistas estão criando um convite de evento com mensagens falsas e com links que direcionam para sites falsos. Ao clicar no link, as vítimas têm suas informações pessoais e bancárias roubadas. Confira abaixo a nota emitida pelo parlamentar.

“Aviso que, caso alguém receba qualquer convite para eventos em meu nome, não aceite. E, por favor, desconfie de links ou mensagens que peçam para clicar em algo. Não passem senhas ou códigos para ninguém, ativem o bloqueio automático de tela do celular e denunciem o remetente.

De antemão, nos desculpamos por qualquer inconveniente e aviso que já estamos tomando providências junto à Polícia Legislativa para providências devidas”.

Deputado federal Waldemar Oliveira (Avante-PE)

Marcelo Gouveia, Presidente da Amupe, parabeniza prefeitos pela conquista do Selo Unicef

O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, celebrou, hoje, em Caruaru, a entrega do Selo Unicef (2021-2024) a 83 municípios pernambucanos. Durante o momento, Gouveia destacou a importância do reconhecimento internacional, que premia o compromisso das gestões municipais com os direitos de crianças e adolescentes.

“Em nome da Amupe, parabenizo cada gestor, gestora e suas equipes que acreditaram nesse projeto e, com coragem e determinação, fizeram acontecer. Parabenizo também o Governo do Estado de Pernambuco e a Asserte pela valiosa parceria que fortaleceu esse trabalho integrado. A entrega do Selo é uma vitória coletiva, mas também um chamado à responsabilidade”, comentou Marcelo Gouveia.

O Selo Unicef é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que reconhece avanços na garantia dos direitos de crianças e adolescentes nos municípios do Semiárido e da Amazônia Legal. A adesão é voluntária e exige dos municípios o monitoramento de indicadores sociais e a implementação de ações alinhadas à Convenção sobre os Direitos da Criança, refletida no Brasil pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Embolização das artérias meníngeas: entenda por que Lula passará por novo procedimento cirúrgico

Decisão foi tomada após os médicos perceberem que o líquido do dreno continuou sanguinolento e o normal é que no segundo dia após a cirurgia fique limpo

Presidente Lula levou pontos na cabeça após acidente doméstico
Presidente Lula levou pontos na cabeça após acidente doméstico – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará por um novo procedimento cirúrgico, a embolização das artérias meníngeas.

O tratamento tem o objetivo de evitar que ocorram novas hemorragias no cérebro e a decisão foi tomada após os médicos perceberem que o líquido do dreno continuou sanguinolento — o normal é que no segundo dia após a cirurgia já esteja limpo.

Será feita uma pulsão no braço ou na virilha, por onde um cateter será introduzido até o local, onde ocorrerá a embolização (fechamento dos vasinhos que estão vazando sangue).

É um procedimento minimamente invasivo e pode ser feito sob sedação ou anestesia geral. Isso será decidido nesta quinta-feira, data do procedimento.

Lula foi submetido a uma trepanação na terça-feira para tratar uma hemorragia (sangramento) intracraniana. A cirurgia foi realizada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e, de acordo com a equipe médica, o mandatário deve permanecer três dias na UTI e cerca de uma semana internado.

DITADURA E CCC. Por José Paulo Cavalcanti Filho

  Por José Paulo Cavalcanti Filho  –  Escritor, poeta, membro das Academias Pernambucana de Letras, Brasileira de Letras e Portuguesa de Letras. É  um dos maiores conhecedores da obra de Fernando Pessoa. Integrou a Comissão da Verdade

Em 1968, num 13 de dezembro como hoje, foi assinado mais um Ato Inconstitucional, agora o AI 5, rasgando o resto de direitos que ainda sobreviviam entre nós. Assim começou a mais dura fase da ditadura de 1964. Como a meninada de hoje não tem a menor ideia de como foram aqueles anos decidi celebrar ao contrário, essa data, relatando episódios curiosos (entre tantos) que então vivi. Devo estar ficando mesmo velho, ao querer lembrar do passado que passou.

Tudo começou nesse mesmo ano aziago de 1968, tinha 19 anos e estudava (terceiro ano) na Faculdade de Direito da Católica. Uma instituição privada. Só que nunca paguei nada, por lá, em razão de Bolsa de Estudos concedida, pela universidade, por conta das notas. Nesse ano fui eleito presidente do Diretório Acadêmico. E nada era mais importante, naquele tempo, que ir em busca, como no título de Boucovsky, da “Dor lancinante da Liberdade”. Mesmo sabendo que pedir Democracia, naqueles negros tempos, tinha seus riscos. Nem de longe se comparando com a moleza de agora.

Fui à Itália (onde meu pai tinha grandes amigos juristas) e França (Sorbonne), pensando continuar o curso por lá. Que, segundo informavam, os militares não permitiriam que continuasse por aqui. Sem sucesso, nessas tentativas de novo lugar para estudar. Ano seguinte, 1969, comecei a receber dezenas de cartas diárias do CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Não era, nunca fui, mas isso os membros dessa espécie de KKK brasileira não queriam nem saber. Bastava ser a favor da Democracia e, automaticamente, para eles o cidadão era comunista. E queriam seu sangue.

Tinha um amigo, Cândido, que sofreu atentado em frente ao Museu do Estado. O pessoal da Rural Willy verde de X-9 (todos que viveram aqueles tempos lembram dela) chegou atirando. Cândido, sem ter como reagir, ficou por trás de coluna, se protegendo das balas, em um posto de gasolina que fica bem na frente. Até quando correu para o mangue, na esperança de escapar, e levou um tiro nas costas que cortou sua medula. Não morreu, ainda bem, mas ficou hemiplégico.

Decidi que algo assim não aconteceria comigo. Iria reagir, com certeza. Razão pela qual passei a andar armado. Um problema, que punha o revólver nas costas, segurado pelo cinturão, o que era incômodo. Sobretudo quando estava sentado nas carteiras, que arranhava o local. E o engraçado é que não sei atirar. Nunca dei um tiro, na vida. Não tenho revólver, nunca tive, nem lembro de onde esse veio.

Certa manhã, na Faculdade, um grupo que sabia ter gente que era do PCC me viu. E o que parecia ser chefe, por ironia um amigo, disse: “Zé Paulo, mesmo, está com medo”. E todos começaram a rir.

Achei que era demais. Fui até o grupo, encostei o cano do revólver na testa desse amigo e disse “Medo nenhum. Só peço uma coisa. Se um dia for minha vez, por favor venha na frente. Que o primeiro tiro vou dar em você”. Ele se ajoelhou no chão, dizendo “por favor, por favor”, quase chorando, fui embora e nunca mais tive problemas por lá.

Quando voltava para casa, de noite, por vezes havia pessoas estranhas circulando em volta do edifício. Nesses casos continuava, sem parar, e ficava no carro, andando, até bem tarde. E dormia só quando iam embora.

Sabendo disso tio João Suassuna (irmão de Ariano e casado com uma irmã de meu pai, Raquel), emprestou uma chave. De apartamento que tinha na Rua dos Navegantes, imediações do Corta Jaca. Quando esse pessoal aparecia de noite, ia dormir lá. Não era operação simples.

Primeiro, deixava o carro longe, para que ninguém tivesse ideia de onde estaria. O apartamento ficava no quinto andar. E era preciso que ninguém soubesse de minha presença, no edifício. O que despertaria suspeitas. Por isso, preferia subir pelas escadas; que, no elevador, poderia cruzar com algum morador. O apartamento era quente mas não podia abrir as janelas, para entrar o ar; que, então, alguém vendo saberia haver gente no local.

Mas calor não era o maior problema. Quando usava o banheiro, não podia dar descarga. Que vizinhos iriam saber, pelo barulho. O que deixava o local com um cheiro pouco agradável, fazer o quê? Para dormir, outros problemas. Que, no local, não havia móvel nenhum. Deitava no chão, claro. Sem travesseiro, o que era péssimo. Foi quando aprendi a usar os sapatos, para isso. Punha um por cima do outro, com as solas para baixo, e funcionava. Dormia bem. Dia seguinte, dava descarga e saia logo, novamente pelas escadas, até pegar o carro.

Depois, tudo seguiu seu roteiro. Fui mesmo proibido de estudar, no Brasil, pelos militares. Mais tarde, também de ensinar; pude fazer isso apenas em 1984, às vésperas da redemocratização, no Mestrado da Faculdade de Direito do Recife (uma Universidade Federal). Mas, logo depois de ser cassado, ganhei Bolsa de Estudos, com tudo pago, para Harvard. Maior universidade do mundo. “Malhas que o Império tece”, palavras de Pessoa (O menino de sua mãe) para definir o Destino. E acabou tudo bem.

No primeiro 7 de setembro depois do fim da ditadura, em 1985, eu era ministro da Justiça. Apenas 16 anos depois, do ponto de vista do tempo histórico quase nada. Estava ao lado do presidente Sarney, no palanque, para o desfile. E os militares batiam continências, para nós. Foi um dia mágico, já contei isso antes, em que me reconciliei com o país, com a bandeira, com o hino, com aqueles homens marchando, sobretudo quando vieram os ex-combatentes. Chorei muito tempo. E compreendi que o bom futuro se constrói olhando só para a frente.

Paro por aqui. Até porque isso que relatei é nada, ante amigos que foram torturados ou mortos. E conto essa historinha só para que os mais jovens saibam o valor da Democracia. Camões, no seu Os Lusíadas, falava no Velho do Restelo “com saber d’experiências feito”. Assim se diga, pois, que contei o que vivi. Como na conhecida quadrinha dos interiores nordestinos,

O caso eu conto

Como o caso foi

Porque homem é homem

E boi é boi.

Fifa anuncia sedes dos Mundiais 2030 e 2034

Espanha, Marrocos e Portugal sediarão o evento de 2030. Copa de 2034 será na Arábia Saudita

Taça da Copa do Mundo
Taça da Copa do Mundo – Foto: Fifa/Divulgação
A Fifa anunciou nesta quarta-feira (11) as sedes das edições de 2030 e 2034 da Copa do Mundo. O Mundial posterior ao de 2026, que ocorre em três países da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), será dividido também em três sedes: Espanha, Marrocos e Portugal. Quatro anos depois, a maior competição de seleções acontecerá na Arábia Saudita.Em 2030, vale citar, a Fifa também comunicou que três jogos serão disputados na América do Sul como parte da celebração do centenário do torneio, iniciado em 1930. Os países escolhidos foram Argentina, Uruguai e Paraguai.

“Primeira final se jogou no Centenário (estádio no Uruguai). Hoje nós estamos decidindo a sede de uma Copa, a sede do centenário do Mundial. Podemos mostrar ao mundo, como disse o presidente Infantino, que o futebol nos une. Estamos em uma frente histórica e podemos mostrar um bom trabalho em equipe para fazer história unindo três continentes atrás de uma paixão”, disse o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.

Lula sofre cirurgia de emergência, mas Alckmin ainda não assumiu

Ex-governador Geraldo Alckmin será investigado por caixa dois | Sindicato  dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

Alckmin está preparado para assumir e cumprir a agenda

Do UOL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10) para drenagem de uma hemorragia intracraniana após sentir dor de cabeça.

Lula, de 79 anos, foi examinado na unidade de Brasília do Hospital Sírio-Libanês, sendo posteriormente transferido para a unidade de São Paulo do complexo hospitalar, onde foi realizado o procedimento.

PASSA BEM – Segundo o boletim médico divulgado pelo hospital, a cirurgia aconteceu sem intercorrências, e o presidente passa bem. Ele segue sendo monitorado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital.

Ainda de acordo com o boletim, a hemorragia decorre do acidente doméstico sofrido por Lula no dia 19 de outubro, quando ele caiu no banheiro do Palácio do Alvorada.

A informação foi compartilhada no Instagram de Lula. A equipe médica dará mais informações sobre o estado de saúde do presidente na manhã desta terça.

AGENDA CANCELADA – Entre os compromissos de Lula programados para hoje estava a recepção oficial e uma reunião com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que realiza visita oficial ao Brasil.

Além disso, a agenda previa o encontro do presidente com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, dos Transportes, Renan Filho, e da Saúde, Nísia Trindade.

“O procedimento cirúrgico foi realizado com sucesso, conforme boletim médico. Seguimos em oração e gratidão a Deus pela recuperação plena da saúde do nosso querido Presidente”, escreveu no X o Advogado-geral da União, Jorge Messias, acrescentando: O presidente @LulaOficial venceu a ditadura, venceu um câncer, venceu três eleições para presidente e ajudou a vencer a fome extrema que afetava milhões de brasileiros.

Judiciário se agiganta e pode ameaçar as liberdades públicas. Por Luiz Felipe Pondé

Tribuna da Internet | Brasil hoje é governado com base no rancor e vingança  entre os Poderes

Charge do Duke (O Tempo)

Luiz Felipe Pondé
Folha

A tradição de filmes sobre a ditadura está aí. O discurso comum é de que se faz necessário lembrar para não deixar acontecer de novo. Segue a rota dos filmes sobre o Holocausto que visariam manter a memória viva dos horrores contra as vítimas do nazismo.

Mas duvido da validade plena dessa estratégia. No caso do Holocausto, essa memória não impediu que grande parte do mundo apoiasse, ainda que fingindo não o fazer, o pogrom do dia 7 de outubro de 2023 realizado pelo Hamas, esses “resistentes contra a colonização”.

SEM CONFIANÇA – Chama a atenção o fato que grande parte desses apoiadores fingidos do massacre de israelenses vieram das classes mais letradas —as letras e as artes nunca merecem muito nossa confiança em períodos autoritários.

O ser humano é tal que nada o impede de achar justificativas para apoiar toda forma de violência contra quem ele detesta.

No caso da ditadura no Brasil, essa memória de nada adianta para evitar que formas de autoritarismo aqui se instalem. E, neste caso, levado a cabo por muitos daqueles que dizem se emocionar com as vítimas da ditadura.

GOLPE ANACRÔNICO – O golpismo bolsonarista é simétrico a esse equívoco histórico mencionado aqui. Um golpe anacrônico como se vivêssemos ainda na guerra fria dos anos 1960, levado a cabo por mentecaptos.

Trata-se de um presente dos deuses para quem baba de vontade de instaurar uma forma de autoritarismo típico do século 21, a saber, uma ditadura líquida —tomando de empréstimo conceito de Zygmunt Bauman (1925-2017).

Ainda que o totalitarismo fascista já praticasse essa forma de autoritarismo disperso pelas relações sociais e institucionais, no século 21, essa forma de destruição da liberdade política pode ocorrer sob a manta de um Estado de Direito disfuncional como o brasileiro.

ASSÉDIO SEXUAL – De repente, alguém acusa “X” de assédio sexual. Como se sabe, esse tipo de acusação tem efeito destrutivo imediato. O branding, uma das “formas de ponta” do aparelho repressor no século 21, rapidamente exclui qualquer pessoa suspeita de tal crime, sem possibilidade de defesa.0

Esse traço de conduta é típico da vocação à violência que a massa tem desde sempre. Profissionais de marketing exercem a função de promotores informais, mas eficazes.

O ministério público poderá acolher qualquer denúncia contra “Y” o que fará “Y” gastar rios de dinheiro para se defender. Mesmo que, ao cabo de anos, “vença” a causa, sua vida financeira estará arruinada. A chance de o casamento acabar e da relação com os filhos se despedaçar por causa da ruína financeira e da humilhação que se segue a um processo como esse é intensamente provável.

TEMAS POLÍTICOS – O tratamento dos temas políticos pela mídia, também, se faz elemento pró-destruição da liberdade política facilmente, bastando que editores do nível médio da hierarquia, apoiados silenciosamente pelos companheiros de consórcio dentro das redações, proíbam análises que não reforcem o status quo.

O mesmo mecanismo entrará em operação na rede de educação, hostilizando aqueles que não abraçarem a causa comum.

Um dos efeitos mais nefastos da chamada polarização é que ela destrói por dentro a dinâmica das relações entre posições institucionais em contenda. Enquanto a polarização reinar, não haverá espaço nenhum para sairmos dessa rota em direção à dissolução da tal democracia.

MAU JUDICIÁRIO – Com a crescente judicialização de tudo no século 21, gerando um mercado promissor para contenciosos e, por tabela, para advogados, empoderando a magistratura e associados, numa sociedade à deriva como a nossa, a tendência é que um dos braços armados da destruição da liberdade será o próprio Poder Judiciário que, supostamente, defenderia o Estado de Direito.

Quanto mais ativo é o Poder Judiciário, menor é a liberdade dos costumes e das ações invisíveis que sempre conduziram o cotidiano.

A infantilização crescente do que antes chamávamos de adultos aciona a magistratura o tempo todo para decidir quem tem o direito de falar uma palavra em detrimento de outra.

COMO TOTENS – Posições políticas hoje operam como totens, no sentido mais pré-histórico possível. Excluídos do cérebro racional, mais complicado e cansativo na sua fisiologia do que a adesão totêmica, que tem a seu favor a ancestralidade atávica, os totens impedem qualquer “avanço” na superação de quadros como o descrito aqui.

Empurram o sistema político para o leito de uma estrutura que mimetiza a democracia de um ponto de vista quantitativo e institucional, enquanto destrói esse mesmo sistema político de um ponto de vista qualitativo que acolheria o contraditório.

O totem é pleno, à democracia falta tudo.