Salário dos ministros do STF é o segundo mais desigual da América do Sul

Por José Luis Costa e Eduarda Teixeira*

O salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) é o 2º mais desigual em relação à renda média per capita dentre os países da América do Sul. Os magistrados recebem salário bruto mensal de R$ 44.000, ou 2.281% a mais que a média da população brasileira (R$ 1.848). Em 2025, a remuneração subirá para R$ 46.300.

Para o levantamento, o Poder360 analisou 10 dos 12 países da América do Sul. Foram desconsiderados a Venezuela (pois os dados não são informados pelo governo) e o Equador (as informações não foram encontradas).

O Peru tem a maior distância salarial entre os magistrados e a média da população. Lá, os ministros recebem 43.220 sóis peruanos (R$ 64.837), enquanto a média da população ganha 1.496 sóis (R$ 2.245). A diferença é de 2.788%.

Em valores absolutos, os ministros brasileiros também ganham mais do que os magistrados que ocupam a mesma função em 6 países vizinhos. O salário mensal só é menor do que no Uruguai, (481.182 pesos uruguaios, ou R$ 65.838), no Peru (43.117 sóis, ou R$ 64.837) e no Chile (13,5 milhões de pesos chilenos, ou R$ 81.630).

Gasto Mundial

Além dos altos salários destinados a cada 1 dos 11 ministros do STF, o Judiciário brasileiro se destaca por ser mais caro em comparação com outros 53 países.

Em levantamento do Tesouro Nacional divulgado em janeiro, foi revelado que o Poder Judiciário gasta 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. A média internacional é de 0,37%.

Entre as despesas do Judiciário brasileiro estão aquelas relacionadas às remunerações dos funcionários públicos, como auxílio-creche, auxílio-moradia e os salários.

Apesar das cifras robustas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em fevereiro que os salários são “baixos” para a “qualidade da função”. Os integrantes da Corte recebem mais que a média do 1% mais rico do Brasil (R$ 17.447).

*Jornalistas do Poder360

Harold Bloom, o professor dos críticos

harold-bloom--o-professor-dos-criticos

   “Harold Bloom era um mestre que fez da literatura a religião dos desencantados”.

Harold Bloom — morto em 14/10/19, aos 89 anos — será sempre lembrado como autor da controvertida teoria literária elaborada em seu livro mais popular, A Angústia da Influência (1973). É provável que outros citem ainda O Cânone Ocidental (1994), em que ele analisa a obra de 26 grandes autores, de Shakespeare a Samuel Beckett.

Em ambos os casos, as preferências literárias de Bloom parecem ditadas pela preocupação de um professor universitário que fez da literatura uma religião sob o signo de Freud. Até mesmo a “angústia da influência” de que fala em sua obra deriva da principal teoria freudiana sobre a relação entre pai e filho. Se um jovem escritor sente-se bloqueado pela influência e poder de seu predecessor, é natural que dessa relação resulte um amargo ressentimento.

Ele não irá apagar esses traços – de resto indeléveis -, mas tentará reprimi-los. Antes de Bloom, o mundo literário costumava usar a palavra “alusão” quando os rastros de um gênio eram replicados por um escritor menor – e o próprio Bloom admitia sua bardolatria como uma espécie de religião secular, que o levou a tratar como santos seus poetas preferidos, entre eles Whitman (ele o chamava de “divino Walt”).

Fonte: Portal Terra

FILME – My Name Is Sara

Assista a este emocionante drama de guerra que conta a história de uma mulher corajosa. Ela luta pela vida desde a infância. Não perca este filme completo dublado!

Uma história emocionante e trágica que transporta o espectador para o sombrio período da Segunda Guerra Mundial, onde cada passo pode ser o último e qualquer erro pode ser fatal. A protagonista, Sara Gordon, uma judia polonesa de 13 anos, perde toda a sua família e é forçada a lutar sozinha pela sobrevivência. Ela decide tomar uma medida desesperada – esconder sua verdadeira identidade para continuar viva. ? Desde que Sara chega a uma pequena aldeia, ela tenta encontrar abrigo e conhece uma família de agricultores que concorda em acolhê-la, fingindo ser uma menina cristã comum. No entanto, a vida na fazenda, que à primeira vista parece ser uma salvação, acaba sendo cheia de perigos e provações inesperadas. Sara rapidamente percebe que sua vida depende não apenas de quão bem ela consegue esconder sua origem judaica, mas também de como consegue suportar a pressão psicológica e emocional.

O espectador mergulha em um mundo onde cada palavra pode se tornar uma armadilha e cada olhar – uma revelação. A família de fazendeiros que acolheu Sara guarda seus próprios segredos sombrios e perigosos. Sara se encontra em uma situação onde seu próprio segredo não é o único que precisa proteger. Ela gradualmente descobre sobre o relacionamento complicado e perturbador entre o fazendeiro e sua esposa, que ameaça destruir o frágil equilíbrio que a mantém em segurança. ?? Vivendo em constante medo, Sara, ao mesmo tempo, tenta manter sua humanidade e força interior. Sua luta se torna um símbolo de sobrevivência e resistência, mas também um símbolo do pesado fardo psicológico que ela carrega. O espectador não pode permanecer indiferente, observando sua luta interna, quando cada novo dia na fazenda traz novas ameaças, desafios e testes à sua coragem.

? O filme transmite magistralmente a atmosfera de tensão e medo que acompanha constantemente a protagonista. O espectador sente, junto com Sara, o medo de ser descoberta, a compaixão por sua situação difícil e um profundo mergulho no complexo retrato psicológico de uma criança forçada a viver no mundo dos adultos e a participar de um jogo de sobrevivência. Esta é uma história não apenas sobre sobrevivência física, mas também sobre a luta para preservar a dignidade humana em um mundo onde ela é testada diariamente. O enredo convida à reflexão sobre os limites da resiliência humana, a coragem e o preço que se paga para preservar a própria identidade.

MÚSICA – kodaline – all i want

MÚSICA – kodaline – all i want

Governo firma parceria e promete acelerar fila de cirurgias em crianças com microcefalia

Foto: Divulgação

O governo de Pernambuco anunciou parceria com o Hospital Maria Lucinda, no Recife, para realizar cirurgias ortopédicas de emergência em crianças com microcefalia e outras deformidades congênitas. De acordo com a gestão, no prazo de 24 meses, 100 pacientes serão submetidos aos procedimentos.

Foto: Divulgação

O anúncio veio cerca de seis meses depois da audiência pública realizada na Alepe, com a presença da secretária de Saúde, Zilda Cavalcante. A reunião foi convocada pelo deputado estadual Gilmar Júnior (PV), após receber um pedido de socorro da presidente da ONG União Mãe de Anjos, que reúne as mães das crianças, Germana Soares.

A representante encarou a notícia como uma vitória pontual das mães, depois de muita luta: “Há crianças que esperam desde 2018 por cirurgia, algumas morreram… a gente levou muitos nãos, muito silêncio, muitas vezes a gente foi ignorada, não tivemos nenhum ofício respondido. Foi quando a gente encontrou o Dr. Gilmar e as coisas mudaram! A audiência foi a pressão que a gente precisava. Essa vitória a gente dedica às mães, que transformam o sofrimento em coragem para lutar!”.

Gilmar Júnior avaliou a parceria com o hospital filantrópico: “O governo, na verdade, está fazendo menos do que a obrigação! O descaso com essas crianças é histórico, com registros de mortes, por conta da inoperância da administração pública. O convênio é um avanço, mas está longe de ser a solução. O planejamento das cirurgias deve ser cumprido, em paralelo com a realização de outros convênios. A gestão precisa entender que esses pacientes têm muitas demandas para a manutenção da vida e que o serviço público de saúde tem que estar a postos para atendê-las!”.

Como lidar com a má circulação nas pernas e pés para quem trabalha em pé?

Diabetes, colesterol e muitas horas na mesma posição podem agravar o caso de má circulação

Dores nas pernas e nos pés fazem parte da rotina dos trabalhadores brasileiros que passam a maior parte do dia em pé, especialmente para lojistas que trabalham com atendimento direto ao público. A má circulação venosa é a responsável pelas pela maioria das queixas e pode acontecer por diversos motivos diferentes, como sedentarismo, predisposição genética, colesterol, obesidade e até tabagismo.

O que é a má circulação nas pernas e pés?

O termo correto para essa condição é a doença arterial periférica, ela acontece quando existe uma dificuldade de circulação do sangue nas extremidades do corpo, especialmente nos membros inferiores.

O sangue, bombeado pelo coração, tem a função de carregar oxigênio e nutrientes para as células do corpo todo durante o percurso percorrido nas artérias, sangue arterial, depois de entregar o oxigênio, o sangue coleta o gás carbônico produzido pela respiração celular e faz o caminho através das veias, sangue venoso, para levar o gás até os pulmões para ser expelido.

Conforme as artérias vão se distanciando do centro do corpo, o calibre, ou seja, a espessura, da artéria diminui se transformando em arteríolas e capilares para poder promover a troca gasosa e de nutrientes entre o sangue e as células.

Quando o fluxo sanguíneo fica comprometido, o sangue tem dificuldade de percorrer livremente seu caminho e não consegue entregar de forma eficiente o oxigênio e os nutrientes para as células, ocasionando a chamada doença arterial periférica.

As causas mais comuns são o endurecimento das artérias (causada pela calcificação das artérias), colesterol alto, efeitos colaterais de alguns anticoncepcionais, diabetes, má alimentação, hipertensão e longos períodos na mesma posição, seja sentado ou em pé.

Quais são os sintomas?

Os principais sintomas relacionados à doença arterial periférica são dores nas pernas, principalmente na região da panturrilha, que se manifestam com maior intensidade ao caminhar, sensação de dormência ou formigamento nos pés e pernas de forma contínua, tornozelos inchados, coceira e vermelhidão em toda a região dos membros inferiores, queda de pelos na região das pernas e coloração azulada na pele na região dos pés.

Os sintomas podem piorar com o clima mais frio, pois o corpo precisa causar uma vasoconstrição para manter os membros aquecidos, como existe a dificuldade de tráfego do sangue os sintomas ficam mais exacerbados e a dor mais intensa.

Como evitar a má circulação?

A primeira prevenção contra a má circulação nos pés e pernas é cuidar da saúde com alimentação balanceada (para evitar diabetes e colesterol alto), e também evitar o consumo excessivo de álcool e cigarro, vale lembrar que a prática de exercícios regulares pode ajudar na diminuição da doença arterial periférica.

Para quem já possui uma predisposição genética ou já sofre com a má circulação, existem alguns outros cuidados que podem ser tomados como pausas regulares. Quem trabalha sentado por muitas horas é necessário fazer pausas de 5 minutos para caminhar, esticar as pernas e movimentar os músculos para garantir a circulação eficiente. O mesmo vale para quem trabalha a pé, fazer pequenas caminhadas, massagem nas pernas e pés ajuda a reduzir muito os sintomas da má circulação.

Evitar roupas apertadas é crucial, especialmente calças muito justas e que restringem o movimento das pernas, assim como caçados muito justos e salto alto.

Utilizar meias de compressão para circulação também é recomendado, principalmente para quem possui mobilidade reduzida ou que tem dificuldades em realizar exercícios físicos. A meia de compressão é moldada de forma a ajudar a circulação sanguínea nas pernas, além de ajudar na prevenção contra a trombose.

A felicidade é simples e confusa, na poética visão de Abgar Renault

Biblioteca do Senado Federal - Abgar Renault foi um professor, educador,  político, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Seu primeiro livro de  poesia, “Sofotulafai”, foi publicado em 1972; seguido por “Sonetos Antigos”  e “

Neste poema, o professor, tradutor, ensaísta e poeta mineiro Abgar de Castro Araújo Renault (1901-1995), da Academia Brasileira de Letras,  definiu, sintética e peculiarmente, a  “felicidade” , que pode ser simples ou confusa.

###

FELICIDADE
Abgar Renault

Felicidade – o título tão comprido deste poema tão pequeno!
Felicidade – substantivo comum, feminino, singular, polissilábico.
Tão polissilábico. Tão singular. Tão feminino. E tão pouco comum.
Substantivo complicado, metafísico, que cabe todo
na beleza clara de alguém que eu sei
e no sorriso sem dentes de meu filho.

Pacote anti-Supremo’ é relevante, apesar de ser discutido num confronto politizado

Tribuna da Internet | Supremo se impõe com “Poder Moderador” e não aceita que sejam traçados limites

Reprodução do Jornal da Manhã

 Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Vivemos um conflito entre Congresso e Supremo. De um lado, o Supremo barra as emendas parlamentares e cobra maior transparência, no que presta um serviço ao país. De outro, com duas PECs — a das decisões monocráticas e a que susta decisões da corte —, o Congresso busca limitar o poder do Supremo, no que também está correto.

O fato de esse conflito ser o motivador de medidas de ambos os lados —o Supremo, não menos do que o Congresso, também atua politicamente— não as invalida.

COMITÊ DE SÁBIOS – Seria um privilégio se um comitê de sábios se sentasse, sem pressões políticas, para discutir a relação ideal entre os Poderes e então a implementasse com total liberdade. Mas essa discussão de ideias jamais vai acontecer. Todo debate sobre a sociedade se dá em meio a conflitos políticos conjunturais, e é graças a isso que pautas, mesmo as mais importantes, avançam.

No mínimo, o debate é necessário. O Supremo toma, hoje, o protagonismo no debate público. Supostamente, embora tenha a palavra final, o Supremo é inerte e só age quando provocado por alguém.

Nos inquéritos de ofício que ainda correm — os “inquéritos da democracia” —, nem isso é verdade. Mesmo deixando-os de lado, no entanto, é fato que o Supremo é provocado sobre todo e qualquer tema.

Não há lei minimamente polêmica que algum partido não ingresse com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, dando ao Judiciário a palavra final. Resta ao Supremo escolher, dentre os diversos assuntos que lhes serão propostos, qual deseja intervir. E, como não faltam possibilidades interpretativas em nossa Constituição, praticamente qualquer decisão encontrará sua justificativa jurídica.

AUTOCONTENÇÃO – A sociedade aguarda a prometida autocontenção que, até agora, não veio. Sem algum tipo de limite externo, provavelmente não virá. Se o limite não vier do Legislativo, de onde mais virá? O próprio governo considera o Supremo como mais um aliado político seu em uma série de pautas que lhe trariam desgaste no Congresso. Isso deveria ser uma aberração, mas hoje é parte banal do dia a dia.

Mesmo entre quem reconhece a pertinência de se rediscutir o papel do Supremo há um certo melindre de que, ao fazê-lo, estaríamos alimentando uma pauta do bolsonarismo.

É como se essa corrente política tornasse qualquer pauta tóxica pelo simples fato de defendê-la. Só que o bolsonarismo está aí, é uma força relevante no Congresso e não deve ir embora tão cedo, goste-se dele ou não.

DEVEMOS DISCUTIR – Se formos esperar que o bolsonarismo — e a maciça opinião pública que ele representa — desapareça para só então considerar projetos que contrariem a esquerda e o Supremo, podemos já abrir mão de discutir o país.

Das duas PECs, a das decisões monocráticas parece bastante razoável. Só de ter que formar maiorias no plenário e ouvir votos contrários a sociedade já sairia ganhando. A outra PEC, ao colocar o Congresso como, na prática, uma corte superior ao Supremo, parece excessiva.

O fato de a decisão sustada por dois terços do Congresso voltar ao STF, exigindo agora o voto de 9 dos 11 ministros para ser validada, não muda essa questão; constrangeria ministros a introduzir ainda mais considerações políticas em seus votos. Seja como for, o debate é importante e não deveria ser boicotado por envolver disputa política —toda questão importante envolve.

Putin defende a redução do uso do dólar no Brics e faz elogio a Dilma

Exclusivo: CNN Brasil fica frente a frente com Vladimir Putin, presidente da Rússia; saiba mais | CNN Brasil

Ao contrário do que diz Lula, Putin descarta moeda única

Jamil Chade
do UOL

O presidente russo, Vladimir Putin, que coordena o Brics em 2024, defendeu nesta sexta-feira (18) a criação de um “arranjo” de reservas internacionais e a redução do uso do dólar, além da criação de um sistema paralelo de troca de informações entre bancos centrais. Numa coletiva de imprensa organizada às vésperas da cúpula do bloco, em Kasan, o russo fez questão de insistir no trabalho estabelecido para o uso de moedas locais no comércio. Mas rejeita, no momento, a criação de uma moeda única.

A cúpula, que ocorre na próxima semana, contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas também coincide com a reta final da eleição americana e um debate intenso estabelecido nos EUA diante das ameaças de Donald Trump contra países que reduzam o uso do dólar. Segundo o candidato republicano, quem optar por esse caminho será alvo de tarifas de 100% em seus produtos.

VALE A PENA? – Putin, porém, deixou claro que são os próprios americanos quem estão minando a posição do dólar no cenário internacional, ao usar a moeda como arma. “O mundo inteiro avalia se vale a pena usar o dólar. Mesmo os aliados dos EUA estão reduzindo suas reservas”, disse Putin, que passou parte da coletiva de imprensa criticando o comportamento americano.

“Não fomos nós que abandonamos o dólar”, disse Putin, sem citar o fato de que sanções foram impostas sobre a Rússia diante da invasão da Ucrânia.

“Eles (americanos) fizeram isso tudo com suas próprias mãos. Eles pensaram que iríamos entrar em colapso. Hoje, 95% das trocas ocorrem em moedas nacionais”, disse o russo, citando a migração de seu comércio em yuan.

ELOGIO A DILMA – Putin, porém, deixou claro que o objetivo do bloco é o desenvolvimento de novos mecanismos, usando o New Development Bank, conhecido como Banco do Brics. Para o russo, a presidente da instituição, Dilma Rousseff, “tem sido muito profissional, e sabe o que fazer”.

Segundo ele, alguns dos projetos sendo considerados no banco seriaM um arranjo de reservas de moedas nacionais do bloco. “Isso pode ser um instrumento muito útil”, disse.

Outra aposta de Putin é o desenvolvimento de moedas digitais para projetos de investimentos, além de um sistema paralelo de Swift que permitiria os pagamentos internacionais. “Isso tudo pode ser uma importante caixa de ferramentas e que pode ser um elemento importante para o desenvolvimento do Sul Global”, afirmou.

O russo explicou que tem feito consultas sobre esses temas como Brasil, Índia e outros países. “Vamos falar sobre isso durante a cúpula”, indicou.

SEM MOEDA ÚNICA – Putin garantiu que o bloco não fala ainda em uma moeda única. “Precisamos ser cuidadoso. Isso não amadureceu ainda. Uma moeda comum exigiria uma integração de suas economias”, reconheceu. O que estamos olhando é na expansão de moedas nacionais. Precisamos ter instrumentos para permitir que isso seja seguro o suficiente e que não seja um problema”, disse.

O centro dos trabalhos seria a criação de instrumentos digitais e criar relações entre bancos centrais, além do fortalecimento do banco.

Para ele, a transformação da ordem mundial não é um trabalho do Brics. “Essa não é nossa aspiração. Isso vai acontecer de forma inevitável. Precisamos apenas responder de forma adequada”, completou.

Apesar da morte do novo líder, Hamas não tem como fazer o acordo de paz

O líder do Hamas Yahya Sinwar  -  (crédito: EPA)

Sinwar é mais um líder do Hamas morto por Israel

Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

O líder do Hamas Yahya Sinwar foi morto por acaso em Gaza, por tropas de Israel em treinamento, mas nenhum refém foi resgatado na operação. Sinwar assumiu a liderança do Hamas após o assassinato do líder político do grupo, Ismail Haniyeh, por um míssil israelense, em Teerã, em 31 de julho. Considerado o seu principal chefe militar, o líder palestino morto fora escolhido devido à sua grande popularidade em Gaza e pelo controle militar do grupo.

Morreu isolado militarmente. Na quarta-feira, uma unidade das Forças de Defesa de Israel estava em patrulha durante treinamento no sul de Gaza, quando os soldados israelenses se depararam com um pequeno grupo de combatentes. Os soldados não estavam na área para uma operação de assassinato, nem tinham informações prévias de que Sinwar estava no local. Atacaram o grupo e três militantes palestinos foram mortos.

SEGUIDO POR DRONE – Um drone flagrou Sinwar ferido, momentos antes de ser morto pelos soldados. Uma gravação de um dos militares envolvidos na operação descreve o episódio: quando o drone entrou no prédio demolido por um míssil, Sinwar, com o rosto coberto, tentou derrubar o artefato arremessando um objeto. Nesse momento, as tropas israelenses efetuaram mais disparos contra Sinwar, resultando em sua morte.

No prédio onde os terroristas foram eliminados, não havia sinais da presença de reféns, segundo as Forças de Defesa de Israel. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou o feito, mas disse que as operações militares em Gaza continuarão até que todos os reféns sejam libertados. O corpo de Sinwar foi identificado por meio da análise de seus registros dentários.

Considerado o mentor do massacre e das atrocidades de 7 de outubro, Sinwar era caçado deste estão. O ataque do Hamas causou 1.205 mortes — 251 pessoas foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza. Quase um ano depois, 97 ainda estão em cativeiro, embora o Exército israelense considere 33 deles mortos. Na guerra com o Hamas, 41,4 mil palestinos foram mortos, a maioria idosos, mulheres e crianças. Não se sabe quantos soldados israelenses morreram em combate até agora.

HAMAS ACÉFALO – Com a morte de Sinwar, o Hamas perdeu o principal dirigente político, chefe militar e líder popular, que havia sobrevivido aos duros golpes sofridos pela organização.

Nos meios diplomáticos, o episódio é visto como uma oportunidade de fazer um acordo que encerre as operações militares e liberte os reféns. Porém, não se sabe quantos ainda estão vivos.

Além disso, é difícil avaliar a situação política em Gaza. O Hamas não está em condições de fazer um acordo de paz. Por tudo o que aconteceu, terá que se render ou lutar até o último homem. Sinwar é o principal mentor do atentado terrorista de 8 de setembro, porém, é considerado um mártir pelos árabes que se opõem a Israel.