Candido Antonio Mendes, escritor e membro da ABL, morre aos 93 anos

Acadêmico Candido Antonio Mendes faleceu aos 93 anos
Acadêmico Candido Antonio Mendes faleceu aos 93 anos – Foto: Reprodução / Multirio
O escritor, professor, advogado, sociólogo, cientista politico e quinto ocupante da cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras (ABL), Candido Antonio Mendes, marido da médica e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, faleceu nesta quinta-feira (17). A família ainda não divulgou detalhes sobre o falecimento, que ocorreu enquanto a pesquisadora lançava seu livro no Recife.

Filho do professor e educador Cândido Mendes de Almeida Júnior e de Emília de Melo Vieira Mendes de Almeida, bisneto do jurista e senador do Império Cândido Mendes de Almeida e trineto de Honório Hermeto Carneiro Leão, marquês de Paraná, Candido Mendes foi eleito em 24 de agosto de 1989 para a cadeira 35 da ABL, na sucessão de Celso Ferreira da Cunha, e foi recebido em 12 de setembro de 1990, pelo acadêmico Eduardo Portella.

Vida acadêmica
Candido Antonio Mendes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 3 de junho de 1928, onde cursou estudos primários, secundários e superiores e se formou Bacharel em Direito (1950) e Filosofia (1951) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e Doutor em Direito pela Faculdade Nacional de Direito, Universidade do Brasil.

Professor universitário (assistente, titular, chefe de Departamento) desde 1951 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) também lecionou na Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV), na Faculdade de Direito Candido Mendes na Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro e no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Foi chefe de assessoria técnica do presidente Jânio Quadros, em 1961.

Atuação pelos direitos humanos
Durante o Regime Militar relacionava-se com desembaraço com a esquerda e direita, abrigou perseguidos durante o governo de Castelo Branco, ao mesmo tempo que se tornava amigo de Golbery do Couto e Silva, com quem negociava a fundação de um centro de estudos políticos. Foi um dos responsáveis pela CNBB denunciar com mais severidade os casos de tortura no Brasil. Em 19 de fevereiro de 1974 promoveu uma reunião de 3 horas entre Golbery e D. Paulo Evaristo Arns em que se discutiu as torturas realizadas pelos militares.