Irmão de Luís Miranda diz à PF que não gravou conversa com Bolsonaro

Em depoimento à Polícia Federal, o irmão do deputado Luís Miranda (DEM-DF) e servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda,  disse que não gravou a conversa que teve com o presidente Jair Bolsonaro em que supostamente o informou de irregularidades na compra da vacina Covaxin. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

O deputado Luís Miranda vai prestar depoimento à Polícia Federal na próxima terça-feira(20). O deputado é o autor da denúncia de supostas fraudes em contratos de compra da vacina indiana, onde seriam adquiridas 400 milhões de doses ao custo de R$ 1,6 bilhão.

Francisco Maximiano, proprietário da Precisa Medicamentos, enviou explicações à CPI da Covid-19. A companhia representa a Bharat Biotech no Brasil. A papelada destaca pontos que desmentem o depoimento dos irmãos Miranda, segundo Maximiano.

Maximiano sustenta que a primeira invoice que detalha o produto, fornecedores, destinatários, formas e prazos de pagamentos — enviada ao Ministério da Saúde só chegou à pasta em 22 de março. Portanto, dois dias depois da conversa entre o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e Bolsonaro.

O parlamentar já negou várias vezes ter gravado o presidente, mas sempre deixava a possibilidade no ar. “Não estava sozinho na sala”, disse na segunda-feira (12), no Roda Viva.

“A sorte dele [Bolsonaro] é que eu não tenho o mesmo caráter que o dele, senão eu teria já exposto esse áudio há muito tempo”, disse. O deputado afirmou que tem como provar tudo o que falou até agora e que o próprio Bolsonaro não o desmentiu em nenhum momento, só “tenta minimizar a denúncia”.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) chegou a afirmar que foi gravada a conversa entre o deputado Luis Miranda (DEM-DF), o servidor público Luis Ricardo Fernandes Miranda e Bolsonaro, no dia 20 de março. Em uma publicação no Twitter o petista escreveu que “são 50 minutos de muita informação e baixaria”. A pessoas próximas, Pimenta disse que Miranda exibiu um trecho da gravação a um grupo restrito de parlamentares, em Brasília.