O vírus virou um animal político. Por Jose Adalbertovsky Ribeiro

comentarista  Por  Jose Adalbertovsky Ribeiro  – Jornalista e escritor

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O vírus está sendo politizado, ideologizado. Aristotelicamente, o vírus virou um animal político. Em tempos autoritários afloram as maldades humanas e desumanas.

A pandemia também suscita e uma guerra de comunicação.  O combate ao governo está sendo conduzido com a mesmo virulência do combate ao vírus, ou vice-versa.

O Capitão amplia frentes de batalha em todas as áreas e vez por outra emenda os bigodes até com o ministro Mandetta. Já brigou com Bebianno, o General Santos Cruz, com Joice Hasselman, com o pornô Alexandre Frota, com Luciano Bivar, o major Olimpio, com o governador Ronaldo Caiado, com Dória, com Witzel, com a Folha de S. Paulo, com a Globo, com a mãe de pantanha. A outra metade briga com ele. O filósofo Olavo de Carvalho bota lenha na fornalha.

Faz parte da síndrome antropofágica, devorar a si mesmo. Só não briga com o líder no Senado, Fernando Bezerra Coelho, porque o cara é ninja, sabe trabalhar.

Assim como foi gerada ao longo do tempo a onda anti-PT e anti-Lula, está sendo alimentada, de grão em grão, a onda anti-Bolsonaro. Convém não subestimar, a soberba é má conselheira.

O comandante em chefe da Embratur, multi colaborador Gilson Machado Neto, deve estar ligado em acionar aliados fiéis na área de comunicação para explorar a derivada positiva do governo.

Ex ministro da Cidadania e adversário do ministro Mandetta, o médico gaúcho Osmar Terra lança proposta heterodoxa contra o confinamento amplo, geral e irrestrito da manada, como sendo antiprodutivo e desnecessário.

Chamado de “Osmar Trevas” e hostilizado pela turma-cabeça, o Dr. Osmar jura que a Organização Mundial de Saúde (OMS) opera como um aparelho de esquerda cujo dirigente máximo é de origem marxista-leninista na Etiópia a serviço da ditadura comunista da China.

Desde os primórdios os vírus e as bactérias flagelam a humanidade terrestre. Os beatos e os crentes fanáticos acreditam na vingança divina contra a humanidade pecadora. São doidos varridos. O Deus cósmico e universal que rege as galáxias e as estrelas é uma grandeza infinitamente além de microcosmos terrestres.

Imaginem que daqui a três ou quatro meses ou um ano, se Zeus quiser e os pesquisadores também, a pandemia será vencida pela ciência, o vírus será esquadrinhado, haverá controle ou vacina. Aleluia, aleluia!

Todos nós somos macróbios que transportamos centenas de milhões de micróbios-bactérias na pele, na boca, garganta, nas tripas, no corpo todo. Os cientistas chamam de microbioma, ou seria macrobiomas. Os alimentos que ingerimos são metabolizados no trato intestinal, no sangue,  até a despedida dos restos mortais dos nutrientes na porta de saída. Isto nivela a humanidade, de reis a plebeus.

Até hoje o Homo Sapiens não conseguiu construir uma armadura para se blindar contra esses inimigos microscópicos.