“Um Dia na Vida”: Uma Ode à Efemeridade e à Busca pela Essência. Por Flávio Chaves

Por Flávio Chaves – Jornalista, escritor, poeta e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc

Ao som dos acordes melódicos dos Beatles ecoa a reflexão profunda de Hermann Hesse em “O Jogo das Contas de Vidro”. Em uma fusão única entre a poesia musical e a filosofia literária, a canção “Um Dia na Vida” nos transporta para uma jornada de introspecção e contemplação.

Os Beatles, mestres da composição atemporal, capturam a essência efêmera da existência em “Um Dia na Vida”, uma narrativa musical que transcende o tempo e o espaço. Com uma harmonia envolvente e letras que tocam a alma, a música nos convida a refletir sobre a natureza passageira da vida e a eterna busca por significado.

Em paralelo, as palavras de Hesse ecoam em nossos pensamentos, como um eco poético que ressoa através dos séculos. Sua visão da vida como uma jornada fluída, permeada pela busca incessante pelo ser, encontra eco na melodia serena dos Beatles. Ambos os artistas nos lembram da transitoriedade de nossas experiências e da constante procura por algo além do tangível.

“Somos, fluindo de forma em forma docilmente, movidos pela sede do ser atravessamos o tempo. O dia, a noite, a gruta e a catedral. Assim sem descanso as enchemos uma a uma, e nenhuma nos é o lar, a ventura, a tormenta. Ora caminhamos sempre, ora somos sempre o visitante.”

Essas palavras de Hesse ressoam como um mantra, enquanto nos envolvemos na cadência suave da música dos Beatles. A dualidade entre a busca pelo ser e a sensação de estranhamento diante da vida cotidiana é habilmente explorada, criando uma sinfonia de reflexão e emoção.

Enfim, é um lembrete gentil de que, mesmo em meio à incerteza e à efemeridade, podemos encontrar beleza e significado na dança fugaz da vida.