Presidente questionou motivo de a imprensa querer destruir sua imagem
Na noite desta terça-feira (29), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), respondeu à reportagem da TV Globo que divulgou uma menção ao seu nome na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), do Rio de Janeiro, e do motorista dela, Anderson Gomes, ocorrido em março do ano passado.
De acordo com a reportagem, o caderno da única portaria do Vivendas da Barra foi analisado pela polícia e apontou um visitante no local na noite do crime. No mesmo condomínio vivia o policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil como o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. O suspeito teria anunciado ao porteiro que visitaria Bolsonaro, mas se direcionou para a casa de Lessa.
– Estou à disposição para falar nesse processo, conversar com esse delegado sobre esse assunto, pra começar a colocar em pratos limpos o que está acontecendo no meu nome. Por que estão querendo me destruir? – questionou Bolsonaro durante a transmissão desta noite.
Ele disse que não conhecia Marielle e que não tinha nenhum motivo para querer matar alguém. O presidente afirmou ainda que o porteiro pode ter assinado o depoimento sem ler.
– O que parece? Ou que o porteiro mentiu, ou que induziram o porteiro a cometer um falso testemunho, ou que escreveram algo no inquérito que o porteiro não leu e assinou na confiança. A intenção é sempre a mesma – afirmou.
WITZEL
Em entrevista à TV Record ainda na noite desta terça, Bolsonaro acusou Witzel de ter vazado à TV Globo as informações sobre o depoimento do porteiro.
O presidente disse que Witzel se elegeu graças a seu filho, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), mas que virou inimigo de sua família após assumir o governo.
– Ele já se lança candidato a presidente para 2022. Para atingir seu objetivo, ele tem que destruir a família Bolsonaro – falou o mandatário.
Bolsonaro afirmou que o inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro está sendo mal conduzido e que há uma tentativa de criar uma cortina de fumaça para encobrir a real autoria do crime. Também disse que gostaria de ser ouvido no caso e que a reportagem visa atingir sua imagem e a de sua família.
*Folhapress