CEOs das maiores empresas dos EUA rejeitam modelo centrado em acionistas

CEOs das maiores corporações dos EUA substituem modelo de negócios centrado nos interesses dos acionistas por outro que amplia a responsabilidade social

CEOs das maiores empresas dos EUA rejeitam modelo centrado em acionistas
Documento com o compromisso tem 181 signatários (Foto: YouTube)

A Business Roundtable, associação que reúne os chefes executivos das principais corporações dos EUA, está revisando as diretrizes que por décadas guiaram o setor empresarial americano.

Segundo noticiou o jornal Washington Post, em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 19, a associação informa mudanças no modelo centrado primariamente nos interesses dos acionistas. O objetivo é substituir o modelo atual por um que inclua nos objetivos primordiais das corporações os interesses de funcionários, clientes, investidores e da sociedade em geral.

“Os Estados Unidos merecem uma economia que permita que cada pessoa seja bem-sucedida através do trabalho duro e da criatividade e que leve uma vida de significado e trabalho. Acreditamos que o sistema de livre mercado é a melhor maneira de gerar bons empregos, uma economia forte e sustentável, inovação, ambiente saudável e oportunidade econômica para todos”, diz o comunicado.

O documento estabelece compromissos como cumprir ou superar as expectativas dos clientes e consumidores; investir em funcionários, compensando-os de maneira justa e provendo benefícios importantes, que incluem treinamento para capacitação em um mundo de rápidas mudanças, além de investimento em políticas de respeito e fomento à diversidade e inclusão.

O texto também aponta o tratamento justo e ético para com fornecedores e parceiros, de grande ou pequeno porte, e apoio à comunidade local.

O modelo de negócios americano que prioriza os interesses dos acionistas existe há décadas e teve seu auge nos anos 1980. Porém, esse modelo vem sendo criticado em um crescente debate nacional sobre o tema, estimulado, principalmente, pelo aumento na desigualdade social.

A principal crítica é de que o modelo focado nos interesses dos acionistas gera uma fixação nos resultados em curto prazo para alimentar o rápido aumento da remuneração dos executivos.

Em contraponto, a proposta atual pede que os CEOs assumam um papel maior nas questões políticas e sociais, em vez de se concentrarem apenas no lucro.

O documento é assinado por 181 chefes executivos dos maiores bancos e empresas dos EUA, como JP Morgan, General Motos, Amazon, American Airlines, American Express, Boeing, Apple, AT&T Inc, Chevron, Coca-Cola Company, entre outros.

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