Obra tinha valor fixado em pelo menos US$ 18 milhões; lance mais alto foi de US$ 15,6 milhões
O quadro “Nº 16”, do pintor americano Jackson Pollock, pertencente ao acervo do Museu de Arte Moderna do Rio (MAM), não atingiu o lance mínimo em leilão realizado na noite desta quinta-feira em Nova York, pela Casa Phillips. O valor fixado tinha sido de US$ 18 milhões (aproximadamente R$ 68 milhões), e a oferta mais alta foi de US$ 15,6 milhões. É prática, entre os leiloeiros, iniciar os lances com valores abaixo do mínimo estabelecido. No caso do Pollock, os lances foram iniciados em US$ 15 milhões.
Nesta mesma noite, foram vendidas obras de artistas como Andy Warhol (“Gun”, por US$ 8,2 milhões) e Jean-Michel Basquiat (“Sem título”, por US$ 8,97 milhões). O quadro de Pollock estampou a capa do catálogo do leilão dedicado à Arte do Século XX e Contemporânea, que teve como obra mais cara a tela “Mulher na noite”, de Joan Miró, vendida por US$ 22,590 milhões.
Doado ao MAM em 1952 pelo magnata e político americano Nelson Rockefeller (quando Pollock ainda não era um nome famoso nas artes plásticas), “Nº 16” foi posto à venda para ajudar o museu, que passa por dificuldades financeiras. Nesse mais de meio século em que ficou no MAM, o quadro sobreviveu ao incêndio de 1978, que destruiu 90% do acervo da instituição.
A casa de leilões deve fazer um pronunciamento a respeito da não comercialização da obra. O presidente do MAM, Carlos Alberto Chateaubriand, acompanhou o leilão em Nova York, mas ainda não se pronunciou.
. Em casos como esse, ou aparece um interessado após o leilão, ou a obra é devolvida ao vendedor.Segundo Jones Bergamin, diretor presidente da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, é pouco provável que a primeira alternativa se realize. Bergamin acompanhou o leilão em Nova York, e lamentou que “uma obra dessa importância” não tenha sido arrematada. Segundo ele, é pouco provável que ela encontre um comprador agora, numa temporada com ótimas obras oferecidas ao público.