Juiz obriga jovens racistas a ler autores negros e visitar museu do Holocausto

Objetivo era ensinar americanos entre 16 e 17 anos sobre a gravidade de discursos de ódio

Escola de Ashbourn, em Virgínia, foi depredada com tinta por jovens no ano passado – Reprodução/Facebook

POR O GLOBO

Um juiz dos Estados Unidos resolveu educar, ao invés de simplesmente punir, cinco adolescentes que haviam feito pichações com expressões racistas e imagens vulgares em uma escola de uma comunidade negra de Ashburn, no estado de Virginia. Os jovens, entre 16 e 17 anos, receberam uma sentença nada comum: visitar o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington; ler livros de autores negros, judeus e afegãos; e, ainda, escreveu um trabalho escolar sobre o discurso de ódio. A intenção do juíz foi mostrar aos meninos, que não tinham passagens anteriores pela polícia, o significado das suas ações e o quanto a disseminação do discurso de ódio poderia prejudicar a sua cidade.

A escola depredada pelos jovens recebeu alunos negros entre 1892 e a década de 1950, quando os negros não podiam ter aulas junto com os alunos brancos. Nas paredes, escreveram: “poder branco”. No entanto, segundo o juíz, eles foram mais influenciados pela ingenuidade adolescente do que por ódio racial cultivado a longo prazo. Um dos jovens chegou a escrever também “poder marrom” no muro da escola.

Os cinco adolescentes confessaram ter invadido e depredado a escola no tribunal do condado de Loundoun. Eles usaram tinta em spray para danificar a escola histórica. E disseram que haviam escolhido vandalizar a escola porque um dos meninos envolvidos no caso havia deixado uma outra escola — que é proprietária do prédio da escola histórica — em más condições.

O juíz, que é filho de uma bibliotecária, disse que ela sempre recorria aos livros para aprender sobre o mundo. E achou que esta era uma boa oportunidade para ensinar aos jovens uma lição de vida.

— Aquele realmente pareceu ser um bom momento para ensinar. Nenhum deles parecia compreender, até que tudo isso explodiu nos jornais, a seriedade do que haviam feito. Era uma oportunidade para ensiná-los sobre raça, religião e discriminação — afirmou o juíz ao “Washington Post”.

 

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