Samambaia pode não ter sido assassinado, diz delegada

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Corpo de Samambaia foi encontrado na Praia de Piedade
Foto: Guga Matos/JC Imagem

Já faz quase dois meses que amigos e irmãos do estudante de ciências sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Raimundo Matias Dantas Neto, 25 anos, pediram justiça ao sepultar o seu corpo no cemitério no Recife. O mesmo tempo se passou desde quando as investigações foram iniciadas. Até esta segunda-feira (4), ao contrário do que os familiares previam, nenhum indício de homicídio havia sido encontrado.

A delegada Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações, afirmou ao NE10 que não tem provas suficientes para atestar que Samambaia, como o estudante era conhecido, foi assassinado. “Ainda estou investigando. Fiz diligências e estou esperando as respostas. Mas, até agora, não há indícios de homicídio”, disse. A delegada só dará mais informações sobre o caso após a conclusão das investigações.

De acordo com Gleide Ângelo, o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) não aponta marcas de espancamento e, ao contrário das denúncias iniciais, os dreadlocks do universitário não foram cortados. “O rosto dele estava, sim, inchado, mas não foi porque apanhou. Foi por causa do afogamento”, explicou. O laudo do exame tanatoscópico realizado pelo IML apontou a causa da morte como asfixia por afogamento.

ADVOGADA – A advogada Maria José do Amaral afirmou que colegas de Raimundo Matias que também estudavam na UFPE forneceram ao DHPP telefones de duas pessoas que teriam falado com o universitário poucas horas antes de o corpo dele ser encontrado na praia. “Estamos contribuindo com as investigações e pedimos a quebra do sigilo telefônico dessas pessoas à polícia. A obrigação do DHPP é investigar e descobrir a ligação delas com Samambaia”, explicou. Gleide Ângelo preferiu não responder à afirmação da advogada e não fornecer mais detalhes sobre a investigação, para que a conclusão do inquérito não seja prejudicada.

ENTENDA O CASO – Samambaia estava desaparecido havia dois dias quando, no dia 4 de janeiro, foi encontrado na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Os irmãos de Raimundo, Matias e Martinha Dantas, reclamaram de não tiveram acesso ao corpo do jovem no IML, apenas a fotos.

SAMAMBAIA – Raimundo Matias Dantas Neto perdeu a mãe aos dois anos. Ela faleceu em decorrência de problemas cardíacos em Serra Talhada, cidade onde a família morava, no Sertão de Pernambuco. Aos sete anos ele, caçula, e seus quatro irmãos perderam o pai, vítima de um tiroteio num sítio próximo a Triunfo, também no Sertão.

As crianças cresceram em um convento de freiras franciscanas de Triunfo. Quando completou 18 anos, o irmão mais velho, Matias, hoje eletricista, veio procurar emprego na capital do Estado. Pouco a pouco cada um dos irmãos o seguiram, mas apenas Raimundo conseguiu ingressar em uma universidade.

fonte:ne10

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