Ana Luiza Albuquerque e Catia Seabra
Folha
O procurador José Augusto Vagos afirmou que os alvos da operação desta quinta-feira (21) forjaram documentos e destruíram provas para dificultar as investigações. Segundo o procurador, tudo que era produzido na Argeplan era destruído em seguida. A empresa é do coronel João Baptista Lima, amigo do ex-presidente Michel Temer. Ambos foram presos preventivamente nesta quinta.
Além disso, segundo a investigação, agentes da Polícia Federal estavam sendo monitorados. De acordo com Vagos, foram apreendidos papeis com dados pessoais dos investigadores. E funcionários da empresa combinaram uma versão para justificar as atividades ilícitas.
DUAS DENÚNCIAS – A força-tarefa, informou o procurador, pretende ajuizar duas denúncias na semana que vem. Ele disse que há três razões para os pedidos de prisão preventiva de Michel Temer, Moreira Franco e aliados: garantia da ordem pública, garantia da aplicação da lei penal e conveniência da instrução criminal.
Vagos argumentou que não faria sentido prender nomes como Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Rocha Loures, com o objetivo de minar a organização criminosa, sem atingir o líder, Temer. Ele também justificou as prisões pela necessidade de descobrir onde estão os valores ocultados e ressarcir os cofres públicos.
Vagos ressaltou, ainda, que o grupo promoveu obstrução de Justiça no caso que envolveu a J&F e Michel Temer. “Se foram capazes de fazer aquilo naquele momento obviamente continuam capazes até hoje.”
PROPINAS EM DIA – O Ministério Público defende a tese de que os pagamentos da propina estão sendo realizados até hoje, e que os acordos preveem sua continuidade nos próximos anos. Por isso, as prisões seriam fundamentais para estancar nova ocultação de valores.
Segundo o MPF, o destino completo do R$ 1,8 bilhão pago ou prometido e