Caixa 2 de Gleisi teria sido entregue por Monica Moura

A esposa de João Santana, marqueteiro mais bem sucedido do PT, parece ter entregado Gleisi Hoffmann de bandeja para o MPF em uma delação premiada. Mônica Moura revelou que todas as campanhas feitas para o PT nas quais ela trabalhou receberam dinheiro não contabilizado, o famoso caixa 2. Ela também afirmou existir uma triangulação entre o ex-ministro Guido Mantega e a construtora Odebrecht.

Mônica destacou as campanhas de Dilma Rousseff, Lula, Fernando Haddad, Marta Suplicy e Gleisi Hoffmann como verdadeiras centrais de recebimento ilícito na casa dos milhões. É importante lembrar que esta é a sétima vez que a senadora Gleisi Hoffmann é citada em delação, desta vez envolvendo sua campanha de 2008 à prefeitura de Curitiba.

N época, Gleisi declarou à Justiça Eleitoral ter recebido R$ 6,5 milhões em doações eleitorais. Duas empreiteiras investigadas na Lava-Jato repassaram recursos à campanha da petista: Camargo Corrêa (R$ 500 mil) e UTC (R$ 250 mil). Ela recebeu também R$ 1,53 milhão do diretório estadual do PT e outros R$ 700 mil do diretório nacional. Levantamentos do jornal Folha de S. Paulo apontam que 75% dos repasses petistas foram de contribuições de empresas alcançadas pela Lava-Jato.

João Santana foi o marqueteiro de Gleisi na campanha à prefeitura da capital paranaense.

 Monica disse ter registrado em uma agenda, não apreendida pela PF, detalhes dos encontros mantidos em hotéis e restaurantes de São Paulo com interlocutores dos executivos indicados por Mantega, com o intuito de recolher contribuições, as quais eram entregues em malas de dinheiro.

Na época, as revelações deram novo sentido a anotações do celular do executivo Marcelo Odebrecht citadas em relatório da Polícia Federal. Ao lado da sigla “GM” e do número de celular do ministro, havia a anotação “27M”, que a PF considerou tratar-se de referência a pagamentos de R$ 27 milhões.

Em outras mensagens, o próprio executivo, que assinava e-mails com a sigla MO, assumiu possível participação na tratativa de contabilidade paralela de campanha. “Campanhas incluindo caixa 2 se houver, era só com MO, que não aceitava vinculação”, escreveu em trecho em que sugere possível linha para delação de seus executivos. Em outra nota, ele registrou: “liberar para feira pois meu pessoal não fica sabendo”. Segundo a força-tarefa, “feira” é uma menção a dinheiro que tinha como destinatário final o casal Santana.

No primeiro depoimento prestado à PF, logo após ser presa, Monica Moura negou ter recebido através de caixa 2 por campanhas realizadas no Brasil, mas admitiu conhecer Fernando Migliaccio, executivo da Odebrecht que trabalhava na área responsável por realizar pagamentos de propina na empreiteira. Em novo depoimento ao juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro, ela admitiu ter recebido pagamentos no exterior destinados a financiar campanha do PT no Brasil.

 

ucho

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