A lenda do Boto Cor de Rosa. Por  Jose Adalberto Ribeiro

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comentarista  Por  Jose Adalberto Ribeiro  – Jornalista e escritor

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Subitamente, não mais que subitamente, as ONGs do planeta se uniram para defender a fauna, a flora, as borboletas, os mananciais, os rios, as cachoeiras, os igarapés e as pororocas da Amazônia. É a nova descoberta da Amazônia. Dizem que no passado a Amazônia era uma floresta virgem, não havia defloramento nem desmatamento.

Era uma vez a lenda do Boto Cor de Rosa, amigo dos pescadores, dos poetas, namorados e seresteiros da Amazônia.

Nas noites enluaradas o Boto Cor de Rosa saia das águas e se transformava num belo cavalheiro, galanteador, para conquistar as donzelas femininas nos bares, nos solares, nas lanchonetes e na Internet. Quando seduzia uma donzela o Boto a convidava para visitar sua choupana no fundo do rio Amazonas. Deitava e rolava e deixava suas digitais no coração das donzelas.

Um belo tempo o Boto Cor de Rosa ficou encantado com uma charmosa donzela fêmea do sexo feminino e ofereceu para ela um chocolate Sonho de Valsa. Ela exerceu o abuso de autoridade e respondeu “Eu não quero chocolate, eu quero um iate”. Desilusão.  A lenda do sonho de valsa acabou. O Boto Cor de Rosa recolheu-se à sua choupana no fundo do Rio Amazonas da Freguesia dos Passarinhos dos Aflitos.

Também existe a lenda de que as ONGs estrangeiras amam as árvores da Amazônia, os índios, jacarandás, as vitórias-régias, mognos, peixe-boi, sucuris, mico-leão dourado, as seringueiras, jacarés. Despejam milhões de denários por amor febril à natureza.

As ONGs só amam as riquezas do solo e subsolo da Amazônia, os segredos farmacológicos das árvores e da fauna.

Os gringos não amam as baleias. Os leões e elefantes da África são troféus de guerra diante dos fuzis dos valentes europeus.

As ONGS estrangeiras não amam a flor do mandacaru do Nordeste, não amam as asas da graúna, as bromélias e juazeiros, calangos, tatus e xique-xiques. Os gringos não amam os galos cantando as manhãs, o coaxar dos sapos cantando as jias na beira dos rios.

As ONGs estrangeiras não amam o luar do Sertão. Elas só amam denários e rios de dinheiro.

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