Por Marcus Prado – Jornalista e escritor
Trago tais questionamentos para atiçar uma ampla reflexão sobre esse tema, e o centenário, neste ano de 2019, da Escola Bauhaus, ícone singularíssimo, mundialmente celebrado, do design e da arquitetura moderna, fundada em Weimar por Walter Gropius. Para mim, um dos acontecimentos históricos que mais se coloca nesta escala de indagações sobre a memória e suas abrangências de hoje e do futuro. Sua história é fascinante. Duplamente fascinante e enriquecedor é o seu legado. Além da importância como centro avançado, inovador, revolucionário das artes e construção de vanguardas, era composta de uma carga política desafiadora, que iria determinar o seu fechamento, em 1933, com a ascensão do nazismo e o banimento dos seus professores que se exilaram nos EUA, durante a II Guerra Mundial, após a ascensão de Hitler. O ditador fez uma ameaça naquele seu estilo arrogante de mofa e desdém, o dedo em riste, ao passar, certo dia, pela sede da Bauhaus. Ordenou que o motorista parasse o seu Mercedes-Benz conversível 770K, de 1939 e, aos berros, exclamou que as portas da Bauhaus fossem fechadas, “para sempre”, “ou serão todos levados aos campos da Sibéria. Isso aí é coisa de judeus e comunistas!.” Dentre eles, estava um dos maiores gênios que a humanidade conheceu: Walter Gropius. Ele queria que artistas e artesãos trabalhassem juntos e aprendessem uns com os outr