Simone Tebet e a ausência de solidariedade. Por Flávio Chaves

Quando o Povo se Une em Meio à Falta de Sensibilidade Política

Por Flávio Chaves

Numa cidade do estado de Pernambuco, uma tragédia familiar expôs uma dura realidade: a indiferença do poder público diante das necessidades urgentes da população em momentos de crise. Uma senhora faleceu, deixando sua família sem recursos para arcar com os custos do funeral. Desesperados, os familiares buscaram auxílio na prefeitura local, mas foram recebidos com burocracia e indiferença.

Diante da falta de resposta na prefeitura, a família decidiu apelar diretamente ao prefeito em sua residência, mas acabaram encontrando apenas a primeira-dama, que também era a secretária de ação social. Mesmo assim, foram recebidos com descaso, sendo informados de que o prefeito não estava disponível para atendê-los naquele momento, e por hora não estava “despachando” apoio funeral.

Esse episódio, que se tornou um escândalo na cidade, reflete uma triste realidade que se repete em diversas esferas do poder público: a falta de sensibilidade e humanidade para com as necessidades básicas da população em momentos de crise.

Recentemente, o Brasil testemunhou um exemplo gritante dessa falta de sensibilidade durante as enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul. Enquanto o povo sofre com as águas que afetam seu destino e história, a Ministra do Planejamento, Simone Tebet, proferiu palavras que ecoaram como uma ferida aberta na alma do país. Ao declarar que “não é hora de mandar dinheiro para o sul”, ela demonstrou uma insensibilidade chocante diante do sofrimento humano.

A justificativa da ministra de que o governo não enviou recursos porque os prefeitos não fizeram o pedido é uma clara demonstração de desconexão com a realidade e ausência de compromisso com o bem-estar da população. Enquanto as pessoas estão desabrigadas, morrendo afogadas, enfrentando fome e frio, a resposta da ministra é de descaso e desumanidade.

Diante desse cenário desolador, emerge a solidariedade do povo como uma luz de esperança. Enquanto o poder público falha em cumprir seu papel de proteger e cuidar dos cidadãos, são as próprias comunidades que se unem para ajudar aqueles que mais precisam. É o povo que se mobiliza para oferecer abrigo, comida e apoio emocional aos afetados pela tragédia.

No contraste entre a falta de sensibilidade do poder público e a solidariedade do povo, fica evidente onde verdadeiramente reside o coração de uma nação. Enquanto alguns políticos se mostram distantes e indiferentes, é o calor humano e a compaixão que mantêm viva a essência de uma sociedade verdadeiramente solidária.