A lucidez de Kissinger num mundo que marcha para o confronto. Por Antônio Campos

Por Antônio Campos – Advogado, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras

A entrevista de Kissinger à revista The Economist, reproduzida no Jornal Estadão, é de uma inteligência ímpar e nos mostra que o autor do clássico livro Diplomacia, mas que fez A Guerra do Vietnã , está preocupado e tem um pensamento para se evitar um conflito global agora, mesmo aos 100 anos . Entrevista imperdível, de um estrategista que Mao Tse Tung mandava ZhouEnlai , o gênio estrategista chinês, dialogar.

A inteligência de Kissinger demonstra , com todo respeito, que Zelensky não pode ditar as cartas à União Européia, nem servir para os Estados Unidos isolarem a Rússia do mundo ocidental . O mundo precisa de mais do que isso, uma saída negociada e para tanto é importante a participação da China.

Prestes a completar 100 anos , Kissinger está muito preocupado com a tensão entre a China e os Estados Unidos e que estamos no caminho do confronto, sendo um dos pontos nucleares a questão de Taiwan.

Seu pensamento sobre esse momento é lúcido e estratégico, ou as duas potências, de alguma forma, se entendem ou o mundo está em grave risco.

Kissinger diz que estamos em um mundo disruptivo e que a Inteligência artificial está no centro de um salto tecnológico relevante e preocupante, inclusive militarmente.

Está escrevendo um livro sobre isso. Defende uma maior aproximação entre os Estados Unidos e a Índia para equilibrar o poder da China. Um dos homens que conversou com Kissinger e com ele dialogou foi Miguel Arraes, quando ele esteve em Pernambuco, em 1977, mesmo tendo em vários pontos pensamentos divergentes . Foi um grande encontro.