Fachin deveria discutir a proposta das Forças Armadas, ao invés de convocar um megaevento

TRIBUNA DA INTERNET | TSE derrota tentativa de Edson Fachin de criar “crime de abuso de poder religioso”

Charge do Borega (Arquivo Google)

Por Carlos Newton

Sinceramente, causa espanto a falta de habilidade do ministro Edson Fachin ao presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Deixando-se levar pela soberba e pela ira, que são dois pecados capitais, o ministro entrou no jogo do presidente Jair Bolsonaro e está ajudando a levantar dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas.

É uma chatice. Nos últimos meses, os dois presidentes – da República e do TSE – estão empenhados numa disputa pessoal sobre as eleição, ficando difícil apontar qual dos dois vem dando mais faniquitos aos defender as respectivas teses.

FAZ PARTE DO SHOW – Era de ser esperar que uma figura destrambelhada como Bolsonaro se comportasse assim, porque faz parte do seu show, como diria Cazuza. Mas é surpreendente que Fachin entre nesse clima de polêmica, que nem mesmo condiz com sua personalidade retraída.

Seria recomendável que Fachin simplesmente desconhecesse as maluquices de Bolsonaro e se dedicasse a manter uma convivência de alto nível com os chefes militares, que foram convidadas pelo próprio TSE para participar da Comissão de Transparência Eleitoral, quando o tribunal era presidido por Luis Roberto Barroso.

Mas Fachin faz o contrário e enfrenta simultaneamente Bolsonaro e as Forças Armadas, ao invés de estreitar a parceria com os militares, conforme Barroso almejava.

FACHIN PROVOCA – O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, já pediu duas vezes uma reunião de trabalho entre os técnicos do TSE e das Forças Armadas, para discutir a proposta de votação paralela (eletrônica e em cédula de papel) e Fachin nem responde. Ora, não custava nada convocar essa reunião.

Ao invés de marcá-la, Fachin faz exatamente o contrário e convida as Forças Armadas para um megaencontro em Brasília, 1º de agosto, junto com representantes de outras 15 entidades fiscalizadoras, como Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público Federal, Congresso, Supremo Tribunal Federal, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas da União e Polícia Federal.

Também devem participar partidos políticos, federações e coligações, Sociedade Brasileira de Computação, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público, a Confederação Nacional da Indústria, demais integrantes do Sistema Indústria e entidades corporativas pertencentes ao Sistema S, além de entidades privadas sem fins lucrativos com atuação em fiscalização e transparência da gestão pública e departamentos de tecnologia da informação de universidades, desde que eles sejam credenciados junto ao Tribunal.