Terceira via resiste à ofensiva de Lula por apoio no 1º turno e Kassab ficará neutro

Kassab diz que eleição 'rejeitou radicalismo' e não garante apoio a  Bolsonaro em 2022 - Brasil 247

Kassab é esperto e sabe que a eleição ainda está indefinida

Julia Chaib
Folha

Setores da terceira via, alvo de uma ofensiva do ex-presidente Lula por apoio já no primeiro turno das eleições, sinalizaram resistência em apoio ao petista. Como mostrou a Folha, Lula tenta apoio do PSD de Gilberto Kassab, do MDB de Simone Tebet e até da União Brasil, de Luciano Bivar.

Nesta quinta-feira (14), o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que o partido não está unido e defendeu que a sigla adote a neutralidade nas eleições presidenciais. A posição de Kassab foi divulgada após o partido tentar articular mais de uma vez uma candidatura própria à Presidência da República e sob constantes investidas do PT para que o PSD apoiasse o petista ainda no primeiro turno.

NARRATIVAS – Nesta quarta-feira (13), inclusive, como mostrou a Folha, Lula afirmou em reunião com senadores que não desistiria do apoio do partido já na primeira etapa da eleição presidencial. Em resposta, o presidente do PSD redigiu nota pública defendendo a neutralidade do PSD na disputa.

No texto, Kassab diz que o posicionamento decorre de consulta feita a diversas instâncias da legenda. “Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país. A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido”, afirma Kassab.

“Diante dos fatos apresentados, encaminho como proposta para nossa convenção nacional que o Partido Social Democrático adote a neutralidade nesta eleição presidencial.”

MOMENTO APROPRIADO – O dirigente partidário ainda disse que divulgará sua preferência pessoal para as eleições no “momento apropriado”.

A tentativa de petistas de atrair Kassab ocorre pelo menos desde o ano passado. A expectativa no PT é que o PSD declare apoio a Lula no segundo turno.

Para tentar o apoio do partido, o PT inclusive fez algumas costuras locais que beneficiam petistas e integrantes do PSD. Em Minas Gerais, por exemplo, Lula apoiará a candidatura do prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) ao governo do estado e a candidatura à reeleição de Alexandre Silveira (PSD) ao Senado.