Apertem os cintos! Depois de Lula esculhambar banqueiros e empresários, Alckmin sumiu…

De saída do PSDB, Alckmin quer frente ampla em SP e foca no trabalhismo - 20/09/2021 - UOL Notícias

Alckmin não pensou (?) que Lula daria uma mancada dessas

Carlos Newton

Já se passaram 48 horas desde as explosivas e lunáticas declarações do ex-presidente Lula da Silva, que soou como uma declaração de guerra aos banqueiros e empresários em geral.  Na manhã desta sexta-feira, dia 1º, em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador, sem qualquer motivo aparente, o candidato do PT passou a ridicularizar e desancar banqueiros, milionários e empresários, com palavras ofensivas totalmente fora de propósito, atacando inclusive os que pagam R$ 20 mil para jantar com ele.

A partir daí, os jornalistas estão tentando ouvir seu candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin, que vinha funcionando como intermediário nos frequentes e sucessivos encontros com os maiores líderes das classes produtoras e do mercado financeiro. Mas Alckmin literalmente sumiu.

HÁ MOTIVOS – Alckmin desapareceu mesmo. Além de não pretender comentar as investidas de Lula contra banqueiros, milionários e empresários, o ex-governador paulista também não quer dar entrevista sobre o novo pedido de bloqueio de seus bens no processo da Odebrecht, que o Ministério Público Federal acaba de fazer.

É claro que Alckmin nada tem a declarar, porque o rompimento do ex-presidente Lula da Silva com os empresários e banqueiros foi uma baita surpresa.

Essa mudança de rumos políticos aconteceu exatamente quando o candidato a vice-presidente na chapa PT-PSB estava acelerando as negociações com as lideranças das classes produtivas e do mercado financeiro.

ALCKMIN EM AÇÃO – Segundo nota publicada na própria sexta-feira pela revista “Crusoé”, Geraldo Alckmin estava inteiramente dedicado a azeitar as relações entre Lula e os grandes dirigentes da livre iniciativa. Nos últimos dez dias, foram três jantares com megaempresários PIB.

Em um deles, diz a “Crusoé”, Alckmin foi aplaudido depois de sustentar que, com os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, o Brasil experimentou um raro período estendido de desenvolvimento econômico e humano, graças ao regime de responsabilidade fiscal e programas fiscais.

“No dia 20, na casa do presidente do Insper, Claudio Haddad, coube a Alckmin quebrar o gelo entre Lula e a presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Vendramini”, acrescentou a “Crusoé”.

PRÓXIMO PASSO – E agora, o que fará Alckmin? Qual será seu próximo passo? Afinal, não poderá ficar escondido para sempre. Será que o ex-governador vai aceitar essa guinada de 180 graus dada por Lula, que se comporta como se estivesse abrindo mão do apoio do centro democrático?

Alckmin vai continuar se fingindo de morto ou renunciará à chapa, oferecendo-se ao PSB para disputar o governo de São Paulo ou a vaga de senador? E o que dirá à dona Lu, que está toda animada, já se preparando para disputar uma cadeira na Câmara?

É a grave a crise no quartel-general do PT-PSB. Será que alguém tem coragem de dizer a Lula que ele precisa se disciplinar? Afinal, se Lula considerava tão fundamental o apoio do centro, a ponto de trazer Alckmin como vice, por que mudou de ideia tão abruptamente?