Seleção Brasileira: ENFIM, UM BOM TESTE. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

A Seleção Brasileira venceu – 1×0 – a Seleção do Japão, no amistoso disputado em Tóquio, na manhã desta segunda-feira. O placar é o que mesmo importa nestes jogos preparativos para a Copa do Mundo do Catar, que será disputada no mês de novembro. Muitas conjecturas são feitas sobre o Mundial, que pela primeira vez na história da competição, será realizado no final do ano.

Apesar da alteração no calendário, a preparação das seleções segue uma velha liturgia, agora obedecendo as datas definidas pela FIFA, para os amistosos onde os técnicos fazem os últimos ajustes em suas respectivas seleções.

Semana passada, pós a goleada – 5×1 – aplicada pelo Brasil na Coreia do Sul, o amigo, Amaury Veloso, jornalista com uma experiência a ser respeitada, fez uma postagem sobre a qualidade do adversário. A fragilidade do time coreano tornou o confronto sem efeito para análises e observações, em que pese o ufanismo de alguns narradores e comentaristas que chegaram a tropeçar em tantos adjetivos para enaltecer uma coisa sem efeito. Uma verdadeira verborragia.

O confronto com o Japão foi bastante positivo. O adversário deu uma contribuição efetiva para as análises do técnico Tite. A qualidade técnica, assim como o posicionamento tático dos nipônicos exigiram do time brasileiro aquilo que se busca num jogo laboratorial para uma disputa de Copa do Mundo.

Tite já tem definido, em sua cabeça, o grupo que levará para o Catar. Uma ou outra dúvida é natural. O Brasil não tem uma dupla de ataque como teve nas conquistas do tetra e do penta – Romário/Bebeto; Ronaldo/Rivaldo – mas a exemplo de outras boas seleções que chegarão ao Mundial credenciadas para uma boa campanha, deve apostar no conjunto.

Semana passada, numa dessas mesas redondas que nos são ofertadas diariamente nos canais por assinatura, vi uma participação interessante do técnico do Ceará, Dorival Júnior, que trabalhou com Neymar no início da carreira do atacante do PSG. A última indagação feita a Dorival foi justamente sobre o craque brasileiro, hoje num nível de maturidade muito grande. O treinador ficou meio que em cima do muro, nem apostou suas fichas, tampouco o descredenciou para vir a ser o ponto de desequilíbrio da Seleção Brasileira.

“Vai depender da cabeça dele, de como esteja focado. O comportamento é que vai definir”, ressaltou o técnico do Ceará, sem alimentar a questão.

Questionar as qualidades técnicas de Neymar é dar um atestado de burrice. Na condição de um dos melhores jogadores do futebol mundial na atualidade, o atacante brasileiro tem um cardápio de jogadas fantástico. É veloz, dribla com facilidade, sabe se posicionar em campo, faro de gol, uma habilidade descomunal, enfim, um jogador que preenche todos os requisitos, mas sua cabeça, ou seja, o equilíbrio emocional, deixa a desejar. Talvez este seja um efeito negativo da formação, quando foi endeusado mais que devia. Ainda hoje é tratado como um sobrenatural por um pelotão de puxa saco. Coisa natural na crônica esportiva brasileira.

No amistoso com o Japão Neymar se posicionou bem em campo, participou das melhores jogadas ofensivas do time brasileiro. Foi o atacante mais objetivo e colocou a serviço do coletivo o seu extraordinário potencial. Enfim, foi o jogador que se espera numa seleção. Detalhe: em alguns lances lhe faltou um pouco mais de serenidade.

Agora, é aguardar os dois últimos amistosos preparatórios que a Seleção Brasileira fará em setembro. Vamos torcer para que contribuam, de forma efetiva, para os ajustes finais do time brasileiro.