TÃO INTENSA A VIDA. Por José Nivaldo Junior

Poeta LUCILA NOGUEIRA

 Por  José  Nivaldo  Júnior  – Consultor em comunicação,advogado,historiador, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. 

Lucila, mulher poema. Suave como uma pétala. Áspera como um facheiro. Com a loirice europeia e a morenidade mestiça do Sertão. Fácil de entender como um versículo bíblico. Profunda como um poço que captura águas profundas.

O acadêmico Antônio Campos disse muito bem dito que bastava para consagrar Lucila um único poema. Se ainda houver amor. Vou mais longe. Bastam duas estrofes, jamais ditas, jamais pensadas, jamais igualadas. “E se inda houver amor, ah, me consente ser pasto de tua chama, astro medonho”.

Comparável em emoção e beleza, embora mais forte, a dois inigualáveis versos sobre o amor. ” Que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”, do nosso eterno Vinícius de Morais. Ou a estrofe de Camões, no belíssimo soneto sobre Jacó e Raquel. Depois de servir sete anos para ter sua pastora, Jacó foi obrigado a servir outro tanto. “Começou a servir outros sete anos, Dizendo: Mais servira, se não fora, Para tão longo amor, tão curta a vida”.

A vida de quem tem talento, é sempre curta. O talento que tem o sopro da vida, é imortal.