“Dever cumprido”, diz Sylvana Lellis ao deixar diretoria do Dracco

A Polícia Civil de Pernambuco removeu a delegada Sylvana Lellis da gestão do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). O mais cotado para substituí-la é o delegado Guilherme Caraciolo.

“Na segunda feira, o chefe de polícia me chamou e fui comunicada”, disse a delegada, que será transferida para o Departamento da Mulher. “Aceitei o convite”, afirmou.

Sylvana Lellis diz que sai com a sensação de “dever cumprido” após dois anos e dois meses à frente do Dracco. A delegada comandava o departamento desde novembro de 2018.

“Fomos recordistas de operação, sensação de dever cumprido, somos o melhor Dracco do pais na escala da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública). No ano passado, tivemos muitas dificuldades na polícia e quem segurou as prisões e as operações foi o Dracco, fomos responsáveis por mais da metade da produção de números positivos da polícia”, disse.

Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), no bairro de Tejipió, no Recife

“Escrevi o prefácio, essa historia (do Dracco) é muito positiva, dever cumprido”, afirmou Lellis.

O Dracco foi criado em novembro de 2018, após a extinção da Decasp, e a votação do projeto de lei na Assembleia Legislativa de Pernambuco rendeu polêmica na época.

A então delegada responsável pela Decasp, Patrícia Domingos – que em 2020 foi candidata a prefeita do Recife pelo partido Podemos, disse que a delegacia estava sendo extinta devido ao trabalho feito no combate à corrupção.

Em junho de 2020, em uma das diligências de repercussão no noticiário, o Dracco fez a Operação Inópia na Secretaria de Desenvolvimento Social de Pernambuco, comandada pelo presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. Na ocasião, o Dracco investigou a compra sem licitação de R$ 12 milhões em cestas básicas.

O mais cotado para assumir o Dracco, delegado Guilherme Caraciolo, comandou em janeiro de 2021 a Operação Inabilitados, para desarticular uma organização suspeita de irregularidades no Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE). Na época, foram expedidos 16 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. São investigadas suspeitas de crimes de corrupção ativa e falsidade ideológica.

SDS ainda não comentou o caso.

Outro lado

A reportagem procurou a Secretaria de Defesa Social (SDS) para comentar o assunto. A assessoria da pasta pediu para o Blog procurar a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE).

O Blog procurou a Civil e aguarda resposta, caso a corporação julgue necessário.

Fonte: JC ON-LINE/NE10