Pai de Raimundo Fagner era cantor no Líbano antes de emigrar para o Brasil

Outros brasileiros ilustres têm origem libanesa, como Michel Temer e Francisco Rezek

Irineu Tamanini/Direito Global

Poucos sabem mas o cantor e compositor Raimundo Fagner Cândido Lopes, mais conhecido apenas como Fagner, nascido em Orós, no estado do Ceará, é descendente de libaneses. O seu pai, José Fares, foi cantor na sua cidade natal de Ain Ebel, no sul do Líbano.

No ano passado, quando completou 70 anos, o Chefe da Missão Diplomática convidou Fagner a fazer uma apresentação no Líbano este ano. Fagner esteve na sede do Consulado Geral do Libano, em Botafogo (RJ) e recebeu das mãos do Cônsul Geral, Alejandro Bitar, uma Medalha de Honra, em homenagem aos 70 anos do cantor.

Escrito pela jornalista Regina Echeverria, o livro “Quem Me Levará Sou Eu” (editora Agir, 440 páginas), sobre a vida de Fagner começa com um fato desconhecido por muitos: a de que, há 14 anos, Fagner virou pai. Sim, o solteirão mais convicto da MPB descobriu em agosto de 2006, aos 57 anos, que o advogado trabalhista Bruno, então com 32 anos, e que ele conhecia desde criança, era seu filho biológico.

A revelação, comprovada anos mais tarde por um teste de DNA, não foi de todo surpresa, já que a semelhança entre os dois sempre gerou a dúvida e rumores. “Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, sentencia Fagner, sobre ganhar uma família, com direito a netos e tudo, já naquela idade. É aos netos, Arthur e Clara, e à irmã, Marta Lopes, que ele dedica a biografia, lançada em abril.

A autora ressalta a facilidade que teve em acessar documentos, fotografias, entrevistas e reportagens de Fagner durante a pesquisa, devido ao trabalho feito por Marta, irmã de Fagner, que é bibliotecária. A autora do livro “não sabia dessa história, e achei muito importante porque mudou a vida dele totalmente. Imagine você viver tantos anos sem ter certeza de que uma pessoa é seu filho, e quando confirma isso ainda vêm dois netos?”, disse.

Ainda no ano de 1969, após ganhar o ‘I Festival de Música Popular do Ceará – Aqui no Canto’, Fagner saiu em excursão junto com o grupo de música e teatro do Capela Cistina, foram para Buenos Aires de ônibus, a viagem durou 45 dias de estrada. A carreira nacional de Fagner começou de forma bastante imprevisível. Mudou-se para Brasília em 1970 para estudar arquitetura na Universidade de Brasília (UnB), participou do Festival de Música Popular do Centro de Estudos Universitários de Brasília com “Mucuripe” (parceria com Belchior), e classificou-se em primeiro lugar.

No mesmo festival, recebeu menção honrosa e prêmio de melhor intérprete com “Cavalo Ferro” (parceria com Ricardo Bezerra) e sexto lugar com a música “Manera Fru Fru, Manera” (também com Ricardo Bezerra). A partir de então, Fagner conseguiu despertar a atenção da imprensa do Sudeste, sendo suas canções intensamente executadas em bares.

Pais de Rezek e Temer nasceram no Líbano

O ex-presidente virou nome de rua no Líbano.

O ministro aposentado do STF e ex-integrante da Corte Internacional da Haia, Francisco Rezek nasceu em Cristina (MG), no dia 18 de janeiro de 1944. Filho de Elias Rezek (comerciante) e D. Baget Baracat Rezek. “Tanto meu pai quanto minha mãe nasceram em Baalbek, uma antiquíssima cidade entre a montanha do Líbano e a região de Damasco.”

Antiga cidade da Fenícia, no vale do Beca, tornou se colônia romana sob o imperador Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.). A acrópole da cidade conserva importantes vestígios romanos. As gigantescas ruínas de Balbeque se encontram em meio à planície de Beca, entre as cordilheiras do Líbano e do Anti-Líbano. Foi chamada Heliópolis, “cidade do sol”, pelos gregos e romanos.

Sua origem recua até perder-se nas lendas antigas de Baal, que era considerado ” o controlador do destino humano”. Durante os primeiros séculos da era cristã, Balbeque foi muito próspera e famosa. Seus edifícios, como os conhecemos agora, tiveram sua construção iniciada pelo Imperador romano Antonino Pio (r. 138–161), e continuada por Septímio Severo e outros imperadores até Caracala (r. 211–217).

Os romanos construíram Balbeque para honrar a Júpiter, a Baal e a Baco, e para impressionar as nações do Oriente com o poder e a grandeza de Roma. Na condição de centro de adoração do Sol, ela tornou-se conhecida como a morada de um oráculo (centro de adivinhações). A cidade foi visitada pelos principais governantes da época e por pessoas importantes que vinham de todas as partes.

A base do templo possui pedras entre 900 e 1 400 toneladas alinhadas, perfeitamente encaixadas e apoiadas entre 5 e 10 metros de altura sobre outras pedras menores. Seu formato e tamanho das pedras também é comparado com o Templo de Jerusalém onde, em seu centro, existe o Domo da Rocha do Islamismo, no exato local onde estaria construído o Santo dos Santos (centro do templo israelita), sobre uma rocha segundo a qual os deuses visitavam a terra e ficavam sobre ela, chamada Pedra Sagrada. (com informações do google).

O ex-presidente da República, Michel Temer tem origem libaneses na pacata cidade de Btaaboura, no norte do país.

Em entrevista à BBC Brasil, Bassam Barbar, prefeito de Btaaboura e primo em segundo grau do Michel Temer, disse na época em que ele assumiu o comando do país:

– “Agora que ele (Temer) virou presidente, eu desejo que ele una o Brasil e siga o exemplo de sua cidade ancestral Btaaboura, onde a população é unida e um filho desta cidade sempre busca o melhor. Desejo que ele resolva os problemas dos brasileiros, que estão divididos e precisam de alguém que os una”.