Secretário da Defesa dos EUA é contra a mobilização de militares para conter protestos antirracistas

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, disse nesta quarta-feira que se opõe ao uso de uma lei que permite que os militares sejam mobilizados para impedir a onda de protestos contra o racismo e a brutalidade policial que abala o país.

“Eu não apoio o uso da Lei da Insurreição”, disse Esper, segundo a agência France Presse. A declaração é dada dois dias depois que o presidente americano, Donald Trump, indicou que poderia usar os militares para reprimir as mobilizações.

A onda de manifestações ocorre uma semana após a morte de George Floyd, um ex-segurança negro morto após um policial branco ajoelhar sobre seu pescoço durante uma abordagem em Minneapolis.

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Trump criticou a abordagem policial ocorrida em Minneapolis, mas disse também que era contra a violência que marcou as manifestações nos primeiros sete dias. Na segunda-feira (1º), o presidente americano ameaçou enviar as Forças Armadas para as cidades onde estivessem acontecendo os protestos caso os governadores e prefeitos não contivessem a violência.

“Se os estados ou cidades não tomarem as ações necessárias para proteger a vida e a propriedade de seus moradores, eu vou chamar as Forças Armadas dos EUA para rapidamente resolver o problema por eles”, declarou Trump.

O presidente americano também reforçou o pedido para que governadores e prefeitos convocassem a Guarda Nacional para conter tumultos. A solicitação foi rechaçada por governadores de estados como Illinois, Oregon e Nova York. Governadores republicanos, como o de Maryland, apoiaram Trump.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, também rejeitou a oferta. “Não precisamos que a Guarda Nacional venha à cidade. Quando forças armadas de fora vêm às nossas comunidades, especialmente nessas situações tensas para as quais não foram treinados, é um cenário perigoso”, afirmou. O prefeito lembrou que os 36 mil policiais são suficientes para lidar com as manifestações.