Entenda como o comunismo da China se aliou ao capitalismo mais selvagem

A ideologia do coronavírus

Charge do Duke (dukechargista.com.br)

Carlos Newton

A humanidade paga um preço tão alto pelo desenvolvimento que muitas vezes chego a duvidar se vale a pena. Essa pandemia vinda da China dá margem a reflexões sobre os efeitos do acelerado consumismo que reina no mundo, em contraste com a exasperante lentidão da defesa ambiental, que está atrasadíssima e deveria ter começado quando houve a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX.

Nesse sentido, é sempre bom lembrar a velha teoria do imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1921): “O dinheiro não tem pátria. Os agentes financeiros não têm patriotismo nem decência, seu único objetivo é o lucro”.  E o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) emendou essa reflexão, ao afirmar que “o operário (proletariado) também não tem pátria”.

ELES TINHAM RAZÃO – A História veio provar que os Bonaparte e Marx tinham razão. Os capitalistas investem onde for mais lucrativo e os operários emigram para o país onde conseguem emprego. E nenhum dos dois – capitalistas ou proletários – jamais se preocupou com o resultado paralelo que hoje chamamos de poluição, até ser provocado o estranho fenômeno da “chuva ácida” .

Esse termo “chuva ácida” foi criado pelo químico e climatologista Robert Angus Smith (1817-1884), contemporâneo de Marx, ao descrever as precipitações que ocorreram na cidade de Manchester na Revolução Industrial.

A água da chuva tinha cheiro e era impura, destruía as plantações, ao invés de revigorá-las. O pesquisador inglês Robert Angus Smith foi o primeiro cientista a se preocupar com o gravíssimo problema,

SMOG LONDRINO – Por incrível que pareça, a preocupação  coletiva com a Mãe Terra na verdade só começou muito depois, em meados do século XX, quando se agravou na Europa o fenômeno da “chuva ácida”.

O sinal de alerta surgiu em 4 de dezembro de 1952, quando um denso nevoeiro se formou em Londres. Nos dias seguintes, o “smog” tornou-se amarelado, devido à queima de carvão para aquecer as casas, e os hospitais ficaram sobrecarregados com pacientes de doenças respiratórias. Acredita-se que tenham morrido, pelo menos, 8 mil pessoas em consequência da poluição atmosférica.

A partir daí, a chuva ácida passou a ser identificada como um dos maiores problemas da Europa e começaram a surgir as primeiras leis contra poluição.

LEGISLAÇÕES RIGOROSAS – Como os empresários não se preocupavam com o meio ambiente, o problema da chuva ácida foi se agravando e a partir da década de 70 as leis foram se tornando muito rigorosas, a ponto de inviabilizar as indústrias mais poluentes.

Como Napoleão previra, o capitalismo então mostrou que não tem pátria. Ao invés de alterar os processos industriais, instalar filtros ou reduzir a produção, as multinacionais simplesmente desmontaram as fábricas obsoletas e as reinstalaram na China Comunista, que lhes ofereceu as condições ideais, pois não havia leis trabalhistas nem antipoluição, e isso, para os capitalistas, era o paraíso na terra.

O resultado agora todos sabem. A China está poluindo o planeta de uma forma devastadora, e se tornou a segunda maior potência, exportando tudo o que se possa imaginar, até mesmo perigosos vírus, que se acredita serem provenientes dos imundos mercados de animais vivos, uma tradição no país para consumo pelas populações mais carentes.

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P.S. – Esse episodio do coronavírus mostra que a ditadura chinesa se transformou numa ameaça para o mundo, porque não se pode confiar nas informações oficiais de Pequim. Seus governantes dizem ter conseguido debelar a gravíssima pandemia antes mesmo que atingisse as principais cidades do país, como se o resto do mundo fosse formado de idiotas e pudesse acreditar nesse tipo de lorota. E a ONU não diz nada, tudo normal. Como diz o cantor Silvio Brito, parem o mundo que eu quero descer