Não há nada de controverso com o termo “vírus chinês”

Confiar no governo chinês depois de uma traição dessa magnitude não seria apenas tolice. Seria imoral

Por  Ben Shapiro, editor do DailyWire

Nesta semana, o presidente Donald Trump foi atacado por usar o termo “vírus chinês” para descrever o coronavírus, a fonte da nova pandemia que causou uma crise econômica e o isolamento de cidadãos em quase todos os países ocidentais.

O fato de a imprensa de alguma forma ter encontrado tempo para tratar de um assunto menor — a descrição de um vírus chinês como tal — em meio a um pânico mundial sem precedentes demonstra o profundo descompromisso daqueles que reclamam.

É inacreditável que o termo seja controverso. O vírus realmente teve origem na China. Mais do que isso, a ideia de que o governo chinês deveria ser protegido das consequências de suas medidas tirânicas e seu governo patológico é de uma perversidade sem igual.

Não se engane: o governo chinês é o principal responsável pela explosão dessa pandemia.

Os chamados “mercados selvagens” da China — mercados que geralmente vendem carne de animais selvagens, como cobras e pangolins — existem por vários motivos, desde o preço até a crença supersticiosa nas propriedades medicinais dos animais exóticos.

De acordo com Zhenzhong Si, pesquisador da Universidade de Waterloo, “o consumo de animais selvagens é considerado um símbolo de riqueza, porque eles são mais raros e caros”.

Seja qual for a justificativa, o governo comunista chinês tem sido tolerante demais com esses mercados, mesmo eles já tendo sido os responsáveis pela disseminação do coronavírus, SARS, gripe aviária, gripe asiática e gripe suína.

O governo chinês tem sido igualmente tolerante com a medicina chinesa em comparação com a medicina científica, o que aumenta o risco do surgimento dessas doenças.

O mesmo governo agora elogiado por ter isolado à força seus próprios cidadãos — o mesmo governo que dizem ter prendido até um milhão de uigures sem que eles tenham cometido nenhum crime — há décadas se mostra relutante em deter a venda de animais exóticos.

O autoritarismo, obviamente, não se aplica à solução mais óbvia para todo um grupo de epidemias em potencial.

Enquanto isso, o governo chinês agiu rapidamente para impedir a disseminação de informações sobre o coronavírus, o que abriu caminho para que as pessoas infectadas viajassem livremente.

Quando o oftalmologista Li Wenliang falou a seus colegas sobre o coronavírus, numa reunião virtual em dezembro, o governo chinês o obrigou a jurar que estava “falando mentiras”. Ele acabou morrendo por causa da doença.

Depois que outras informações sobre o coronavírus começaram a surgir, o governo comunista simplesmente mentiu sobre o assunto, sugerindo que os casos não estavam aumentando – uma mentira na qual a Organização Mundial da Saúde acreditou.

O governo chinês continua a espalhar sua propaganda política, agora dizendo que o coronavírus teve origem nos Estados Unidos.

Lijian Zhao, vice-diretor do Departamento de Informações do Ministério do Exterior da China, tuitou um link para um artigo dizendo que havia “provas de que o vírus teve origem nos Estados Unidos”.

E dá mesmo para acreditar que a China teve apenas 127 casos diagnosticados entre 9 e 16 de março, mesmo depois que o governo chinês expulsou jornalistas norte-americanos tanto da China quanto de Hong Kong?

Depois que tudo isso passar, é hora de os norte-americanos discutirem seriamente suas relações com a China. A administração Trump deveria cogitar uma proibição de viagens para a China até que o país pelo menos prove ter fechado seus mercados de animais exóticos.

A crise atual custará milhões de empregos, de economias e milhares de vidas. Confiar no governo chinês depois de uma traição dessa magnitude não seria apenas tolice. Seria imoral.

*Ben Shapiro é apresentador do “The Ben Shapiro Show” e editor-chefe do DailyWire.com.

Gazeta do Povo (PR)