Supremo decidirá sobre legalidade de buscas em escritório de ex-advogado de Adélio

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Afinal, quem pagava as viagens de Adélio a Santa Catarina

Fellype Alberto
G1 Zona da Mata

A decisão sobre a legalidade das buscas no escritório do ex-advogado de Adélio Bispo, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, será tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O processo foi enviado após decisão da 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

O julgamento havia sido suspenso após pedido de vista em outubro do ano passado. O advogado representou Adélio Bispo, que confessou ter dado a facada no então candidato a presidente Jair Bolsonaro, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

PRERROGATIVAS VIOLADAS – A decisão da 2ª Seção do TRF-1 é de que o STF é a Corte competente para analisar essa ação, um mandado de segurança apresentado pela Ordem dos Advogados do Brasil, por considerar que as prerrogativas do advogado foram violadas.

Somente após a decisão do STF é que a Polícia Federal poderá analisar o material apreendido, em dezembro do ano passado, em endereços ligados a Zanone Júnior. Entre os materiais estão livros-caixa, recibos e comprovantes de pagamento de honorários e conteúdo do telefone do advogado.

O sigilo bancário de Zanone foi quebrado por decisão da Justiça Federal em MG, mas o desembargador do TRF-1 Néviton Guedes, relator do caso, concedeu liminar (decisão provisória) a pedido da OAB e suspendeu a decisão. Também caberá ao STF a análise sobre a legalidade desta medida.

HOUVE MANDANTE? – A quebra do sigilo foi solicitada para que a Polícia Federal pudesse investigar quem pagou o advogado de Adélio durante o processo. O objetivo era apurar se alguém pode tê-lo contratado para matar Bolsonaro ou se ele realmente agiu sozinho.

Adélio foi considerado culpado do crime, mas, como teve  enquadramento como inimputável (que não pode ser punido), por ser desequilibrado mental, está internado no Presídio Federal de Campo Grande (MS).

No dia 2 de março, o G1 divulgou que o juiz Dalton Igor Kita Conrado, da 5ª Vara Federal Criminal de Campo Grande, determinou a transferência de Adélio Bispo para o juízo de origem, a 3ª Vara Criminal Federal da Subseção Judiciária de Juiz de Fora, em até 30 dias.

JÁ TEM PARECER – A reportagem apurou com a Justiça de MG que os autos estão com a Defensoria Pública da União e que já contou com parecer do Ministério Público Federal. O conteúdo, no entanto, não foi revelado. Após a manifestação de ambos, o processo retornará concluso ao juiz Federal Bruno Savino, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Bispo foi indiciado por prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional. O primeiro inquérito da PF concluiu que o agressor agiu sozinho no momento do ataque e que a motivação “foi indubitavelmente política”.

Em segundo inquérito, em andamento, foi aberto para dar continuidade às apurações, visando comprovar “participação de terceiros ou grupos criminosos” no atentado ao político fora do local do crime.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ou havia um mandante ou então Adélio Bispo sabia fabricar dinheiro, porque vivia viajando para Santa Catarina, onde frequentava o mesmo clube de tiro de Eduardo Bolsonaro. Até agora, a PF ainda não explicou esse mistério do desempregado com dinheiro sobrando.