“Quem te ama não te agride!” diz campanha contra a violência no namoro

VIOLÊNCIA

Estudos indicam que um em quatro jovens inquiridos admitiu ter sido agressor nas suas relações amorosas

A campanha foi apresentada pela secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, e pelo secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Emídio Guerreiro, na sessão de lançamento da ação de voluntariado jovem “Namorar com Fair Play”, na Escola Secundária Eça de Queirós, em Lisboa. Em declarações à agência Lusa, Teresa Morais explicou que a campanha nasceu da “necessidade de passar uma mensagem forte aos rapazes e raparigas que aceitam a violência e que são agressores e agressoras no namoro no sentido de que esse não é um caminho saudável nos seus relacionamentos e que não devem aceitar como normais determinados comportamentos”.

“Nós sabemos, e não é de hoje, que a violência no namoro é uma realidade preocupante pelo mundo inteiro e em Portugal também”, disse Teresa Morais, lembrando os estudos realizados na última década, que mostram que “os rapazes e as raparigas têm níveis de aceitação de comportamentos violentos que são muito preocupantes”.

Violência confundida com amor

Os estudos apontam para uma “percentagem muito significativa” de rapazes e moças que admitem já ter sido vítimas (22,5%) ou agressores (25%) nas suas relações de namoro. Muitos destes jovens não mostram ter consciência de que alguns comportamentos que praticam, como controlar as mensagens de telemóvel, impedir contatos com os amigos ou fazer cenas obsessivas de ciúmes, sejam formas de violência.

Para muitos jovens, “estas formas de violência são frequentemente confundidas como manifestações de interesse e de amor”, disse Teresa Morais. Outra situação preocupante é o facto de a violência nas relações de namoro ser “um fator preditor da violência conjugal”, que tende a agravar-se com o passar do tempo.

Um estudo recente “deixa claro” que muitos destes rapazes e moças reconheceram ter vivenciado na própria família situações de violência, disse Teresa Morais. Para a governante, este circuito tem que ser interrompido “o mais cedo possível”, através do aprofundamento da prevenção e de um maior investimento na educação, o que, na sua opinião, “sempre foi o ponto mais frágil das políticas públicas das últimas décadas”.

Fonte:Público Portugal

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