Caso Raíssa: Transtorno mental pode levar criança a cometer crime violento, mas casos são raros, dizem especialistas

Por Marina Pinhoni

Crianças com um quadro mental chamado transtorno de conduta podem cometer crimes violentos, mas ocorrências são raras, segundo especialistas. Na maioria dos casos, os sintomas do transtorno característico da infância e adolescência são mais brandos e podem até ser completamente revertidos na idade adulta.

Nesta semana, o assassinato da menina Raíssa Eloá Caparelli Dadona, de 9 anos, chocou pela brutalidade. A menina foi encontrada amarrada em uma árvore em um parque na Zona Norte de São Paulo com fortes marcas de agressão.

Um amigo de Raíssa, de 12 anos, confessou ter cometido o crime e foi levado para uma unidade da Fundação Casa, mas o caso ainda está sendo investigado e pontos ainda não foram esclarecidos. O adolescente chegou a dar três versões para a polícia. Em uma delas, diz ter agido sob ameaça de um homem tatuado que teria usando uma faca para coagi-lo.

Mesmo que seja confirmado que ele foi o autor sozinho do crime, as psiquiatras destacam que não é possível diagnosticar se o adolescente possui algum transtorno mental sem uma avaliação direta e detalhada, que inclui investigação de suas relações sociais.

“A gente tem que estudar a história de vida desse indivíduo. Esse diagnóstico é longitudinal. É preciso conversar com os pais, conversar na escola, com colegas. Acompanhar esse indivíduo”, afirma afirma a psiquiatra forense Alcina Barros.

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