Aguirre Talento
O Globo
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira dois novos suspeitos na segunda fase da Operação Spoofing, que investiga a invasão do Telegram do ministro da Justiça, Sergio Moro, e de outras autoridades públicas. Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária (com prazo de cinco dias, prorrogável por mais cinco) e quatro de busca e apreensão em imóveis ligados ao grupo, em São Paulo, Ribeirão Preto e Brasília.
De acordo com fontes da investigação, um dos presos é Thiago Eliezer Martins Santos, detido em Brasília. Outro preso é Luiz Molição, que estava em Sertãozinho, no interior de São Paulo.
CUMPLICIDADE – Os suspeitos têm ligação com o grupo liderado pelo hacker Walter Delgatti Neto, preso desde o dia 23 de julho. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília.
A nova fase tem o objetivo de buscar um possível braço financeiro do grupo, para apurar se houve pagamento a Delgatti pela invasão do Telegram das autoridades públicas. Em depoimento à PF, o hacker admitiu ter sido autor da invasão, mas disse ter agido sozinho e não ter recebido pagamento. Os investigadores ainda desconfiam dessa versão e tentam descobrir se houve patrocinadores da ação.
NOVO PERSONAGEM – Em seu último depoimento à PF, o delegado Luís Flávio Zampronha questionou Delgatti sobre um novo personagem surgido na investigação, com quem o hacker manteve transações financeiras – Thiago Eliezer Martins Santos. que foi preso na operação desta quinta-feira.
Delgatti confirmou que comprou um veículo Land Rover de Thiago, no valor de R$ 50 mil, e disse não saber explicar o motivo de ter feito uma transferência de R$ 4.500,00 para Thiago. A PF investiga se esse novo personagem teve relação com as invasões e se pode ser um braço financeiro do grupo, liderado por Walter Delgatti.