‘É de uma imoralidade que assusta’, diz João Campos sobre sigilo da reforma

Deputado federal João Campos (PSB), em entrevista à Rádio Folha

Deputado federal João Campos (PSB), em entrevista à Rádio FolhaFoto: Zé Britto / Folha de Pernambuco

O deputado federal João Campos (PSB) comemorou, em entrevista ao programa Folha Política da Rádio Folha (FM 96,7), o adiamento da votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara Federal, fato que considerou como uma vitória da oposição. O parlamentar também criticou a decisão de impor sigilo aos estudos do governo para chegar a proposta.

“Isso é de uma imoralidade que assusta. Acho que quem apoia a reforma e a base do governo deve estar totalmente constrangida no momento”, disse. Para explicar o assunto, João Campos fez uma analogia a alguém que contrata um pedreiro para reformar a casa e ele não detalha no que vai gastar o orçamento cobrado.

Para o deputado, ao contrário da semana passada, quando houve embates acalourados na comissão, esta semana a votação deve transcorrer com mais tranquilidade. O simples fato da oposição ter obrigado a atrasar o cronograma do governo já é motivo de comemoração, segundo o parlamentar. Os debates devem voltar com mais força quando tramitar em plenário. “Eu acho que essa deve ser a tendência, de ser um pouco mais tranquila do que a semana passada. À CCJ cabe a admissibilidade sobre a constitucionalidade do projeto. Não cabe julgar o mérito”, explicou.

“Foi uma vitória, já conseguimos atrasar muito. Os votos serão apreciados. Acredito que ninguém da oposição vai votar no relatório do governo”, avaliou. O deputado atribuiu a derrota governista a falta de planejamento e articulação. “Há uma organização maior da oposição, que tem mais experiência e uma capaciade maior de fazer um debate recheado de ideas dados e mais conteúdo. Outro ponto é que o governo tem batido cabeça. A desorganização da base no governo federal é impresionalnte”, apontou.

“Outro motivo é que essa reforma está muito dura do jeito que está. Quem é contra ela tende a fazer uma defesa mais enfática parta não deixar passar”, concluiu.

Sobre os chamados ‘jabutis’ no texto da proposta – a expressão “jabuti em cima da árvore” se refere a um animal que foi colocado lá, posto que não tem habilidade de subir sozinhos – que o próprio Paulo Guedes admitiu em entrevista terem sido colocados no texto apenas para aumentar o poder de barganha, João apontou cada um deles, criticando o governo pelas propostas.

Segundo ele, os ‘jabutis’ do governo são a PEC da bengala, o fim do pagamento de multa de 40% do FGTS para aposentadorias, a exclusividade da Justiça Federal para julgar processos contra a reforma e o dispositivo que garantia apenas ao poder Executivo legislar sobre Previdência.

Na entrevista, ele ainda comentou sobrea especulação sobre seu nome na disputa pela Prefeitura do Recife em 2020, e sobre outros assuntos do Congresso Nacional.

FOLHAPE

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