Jornalistas da Reuters presos em Mianmar ganham prêmio Pulitzer

PRÊMIO MÁXIMO DO JORNALISMO

Jornalistas foram premiados por reportagem sobre massacre de rohingyas em Mianmar. Eles estão presos desde 2017 no país

Jornalistas da Reuters presos em Mianmar ganham prêmio Pulitzer
Wa Lone e Kyaw Soe Oe foram premiados na categoria Reportagens Internacionais (Foto: Montagem/Divulgação/Pulitzer)

A equipe de jornalistas da agência de notícias Reuters foi premiada com o prêmio Pulitzer, um dos mais importantes do jornalismo mundial, na categoria Reportagens Internacionais.

Os jornalistas foram premiados pela reportagem especial “Queima de Mianmar”. Os repórteres Wa Lone e Kyaw Soe Oo, que foram presos pelo governo do país, receberam destaque especial.

O caso, revelado pela Reuters, chocou o mundo. As reportagens mostravam a perseguição promovida por militares de Mianmar contra muçulmanos da etnia rohingyas, que tiveram de fugir para Bangladesh. Estima-se que mais de 720 mil rohingyas tiveram de abandonar o país por causa da violência.

Wa Lone e Kyaw Soe tiveram grande importância em expor a desmedida violência contra a minoria rohingya. Os jornalistas foram presos ainda em dezembro de 2017, quando receberam documentos de policiais de Mianmar.

Segundo a ação movida pelo governo contra os repórteres, os documentos continham informações secretas. Pelos jornalistas estarem com os papéis, o governo considerou que a dupla queria minar a segurança nacional do país. A detenção gerou críticas de entidades internacionais, mas o governo de Mianmar não voltou atrás na acusação.

De acordo com o administrador do Pulitzer, Dana Canedy, a dupla foi incluída na elite dos vencedores “por expor com habilidade as unidades militares e os aldeões budistas responsáveis ??pela expulsão sistemática e assassinato de muçulmanos rohingya de Mianmar. Uma cobertura corajosa que colocou os repórteres na prisão”.

A série especial de reportagens da Reuters forçou a admissão de culpa do governo de Mianmar. Ademais, sete soldados foram condenados a dez anos de prisão “com trabalhos forçados em uma área remota” por participação no massacre de rohingyas.

“Estou entusiasmado por Wa Lone e Kyaw Soe Oo e seus colegas terem sido reconhecidos por sua extraordinária e corajosa cobertura. […] Eu continuo profundamente angustiado, no entanto, pelo fato de nossos corajosos repórteres Wa Lone e Kyaw Soe Oo ainda estarem atrás das grades”, destacou Stephen J. Adler, editor-chefe da Reuters.

Fonte:
CNN-Imprisoned Myanmar journalists awarded Pulitzer prize
Al Jazeera-Jailed Reuters journalists honoured with Pulitzer Prize

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