Relação de Bolsonaro com o filho precisa de ‘ajuste’, declara o líder do PSL

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Major Olimpio defende a permanência do ministro Bebianno

Amanda Almeida
O Globo

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), defendeu nesta quinta-feira um “ajuste” nas relações do presidente Jair Bolsonaro com o filho Carlos, que é vereador no Rio de Janeiro e provocou recentemente uma crise no Palácio do Planalto ao usar as redes sociais para interferir nos assuntos do pai com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Para Olímpio, é preciso que Bolsonaro e Carlos estabeleçam uma separação entre o que é a “defesa” que o filho faz do pai, na vida pessoal, do distanciamento que o pai precisa ter do filho ao exercer a Presidência.

– É simplesmente ajustar a sintonia e se distinguir o que é a defesa (do pai), uma manifestação em função do pai, e quais são as atividades, as competências e o tamanho da responsabilidade da Presidência da República – disse o senador.

DESGASTE – Bebianno enfrenta um processo de desgaste provocado por denúncias envolvendo irregularidades na sua gestão à frente do partido. Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, no ano passado, então coordenador da campanha de Bolsonaro, Bebianno liberou R$ 400 mil do fundo partidário a uma candidata que teve apenas 274 votos. A suspeita é de que ela tenha sido usada como laranja pela legenda do presidente da República.

Filho mais próximo do presidente, o vereador carioca postou nas redes sociais, na quarta-feira, um áudio do presidente endereçado ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Carlos trabalha nos bastidores para derrubar Bebianno, que considera seu desafeto.

O filho do presidente, que não tem função formal no governo, postou a gravação no começo da tarde, enquanto o pai voava de São Paulo a Brasília, para mostrar a seus seguidores que o ministro teria mentido, ao dizer ao Globo, que teria conversado, por mensagens de WhatsApp com Bolsonaro.

MENSAGENS – O ministro palaciano divulgou as conversas na terça-feira, para rebater rumores de que estaria enfraquecido no cargo após a “Folha de S.Paulo” noticiar possíveis irregularidades no caixa eleitoral do PSL durante o período em que esteve à frente da sigla. Nesta quarta-feira, o próprio Bolsonaro replicou a mensagem do filho, que chamava Bebianno de mentiroso.

Questionado sobre as investidas de Carlos Bolsonaro contra Bebianno, Olímpio foi direto: “Quem foi eleito presidente da República se chama Jair Bolsonaro”, disse, acentuando que quem fala pelo governo é o porta-voz de Bolsonaro, Otávio do Rêgo Barros, e o próprio presidente, não seu filho vereador:

FALTA AJUSTE – “Logicamente, uma proximidade maior (com o presidente) gera também manifestações que podem ter um caráter mais forte ou uma difusão maior em função disso. Mas isso tudo é uma questão de ajuste. Estamos com 45 dias de governo, o presidente já tem muito propriamente um porta-voz para ser a sua voz oficial para a população, para todos vocês da mídia, da sua agenda, dos seus anseios. Ele tem seus momentos próprios, em que ele mesmo faz as suas manifestações para a sociedade e, aos poucos, tudo isso vai entrar nos eixos”, afirmou o líder.

Apesar das declarações de Bolsonaro, para o líder do PSL, Bebianno tem a “absoluta confiança” do presidente e terá oportunidade de esclarecer as denúncias. “Tenho certeza de que, no momento em que o ministro Bebianno tiver uma reunião pessoal e reservada com o presidente, tudo vai se esclarecer. Não vejo dificuldade nisso. Simplesmente, ele é ministro, tem a confiança do presidente. É a questão de se resolver ele e o presidente” – disse o senador.

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