Quando a vida era plena, os homens eram bons e nem existia História…

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Antonio Rocha

O sentido do título deste artigo e o texto a seguir encontram-se na página 102 do ótimo livro “A Via de Chuang Tzu”, editora franciscana Vozes. Autoria do monge cisterciense (trapista) Thomas Merton (1915-1968), mesmo sendo católicos, tanto a editora quanto o autor tem muitas obras sobre a Filosofia Asiática. Chuang Tzu (370-287 a.C.), é considerado um dos principais filósofos chineses e patriarca do Taoísmo, visto que o seu famoso Mestre Lao Tsé, insere-se na imensa área das lendas.

O monge Merton nasceu na França, dedicou-se ao campo acadêmico das “Religiões Comparadas” e faleceu em Bangkok, Tailândia, quando estava hospedado em um mosteiro budista. Formou-se em Artes na Universidade de Columbia, EUA. Vários livros, consagrado escritor e poeta.

IDENTIFICAÇÕES – Na introdução diz Merton: “O livro da Bíblia que mais se assemelha aos clássicos taoístas é, evidentemente, o Eclesiastes. Mas ao mesmo tempo, existe muita coisa nos ensinamentos dos Evangelhos sobre a simplicidade, o espírito de infância e a humildade que corresponde aos mais profundos anseios do livro de Chuang Tzu e do Tao Te King (outro livro clássico da Filosofia Chinesa).

O cardeal católico chinês John Baptist WU, nascido em Hong Kong, fez a seguinte observação num admirável ensaio sobre Santa Teresinha de Lisieux e o Taoísmo: “Santo Agostinho, outrora, fez uma afirmação muito forte (que mais tarde ratificou), de que ´o que se chama de religião cristã existia já entre os antigos e nunca deixou de existir, desde os primórdios das raças humanas”. (página 13).

DIZIA CHUANG TZU – Vejamos agora o texto de Chuang Tzu:

“Na época em que a vida na terra era plena, ninguém dava atenção aos homens dignos, nem selecionava os homens capazes. Os soberanos eram apenas os galhos mais altos das árvores, e o povo era como cervos na floresta.

Eram honestos e corretos, sem imaginar que estavam cumprindo com o seu dever. Amavam-se mutuamente e não sabiam que isto se chamava amor ao próximo. Não enganavam a ninguém, e, no entanto não sabiam que eram homens de confiança.

Podia-se contar com eles, e ignoravam que isto fosse a boa fé. Viviam juntos livremente, dando e recebendo, e não sabiam que eram homens de bom coração. Por este motivo, seus feitos não foram narrados. Não se constituíram em história”.

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