Deu na Coluna do Estadão
Uma das bandeiras do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) rachou sua base de apoio. A frente evangélica pediu ajuda ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, para intermediar acordo com os apoiadores do projeto que flexibiliza o estatuto do desarmamento facilitando a posse de armas. Cientes de que não é possível evitar o tema, os evangélicos preferem votar o texto este ano. Na próxima legislatura a bancada da bala no Congresso estará reforçada. Suas condições: reduzir as munições mensais de 600 para 300 e de seis para três as armas que um cidadão pode ter em casa.
O deputado Alberto Fraga, líder da bancada da bala, diz que está disposto a conversar nesses termos, mas não abre mão do porte na zona rural nem da anistia para quem tiver arma e se dispuser a recadastrar no governo.
NO CONGRESSO – Para idade mínima, um entrave nas conversas. Fraga sugere reduzir para 21 pelo menos para os policiais. Hoje, o policial com menos de 25 não pode ter arma fora do horário de serviço.
Como revelou a Coluna, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai pautar as mudanças no estatuto do desarmamento após as eleições. Seu colega no Senado, porém, não tem o mesmo plano. Eunício Oliveira (MDB-CE) disse a interlocutores que “tem juízo” e não colocará o tema em votação. O primeiro busca o apoio de Bolsonaro para se reeleger ao comando da Câmara; o segundo não se reelegeu para o Senado.
VÍDEO DO DORIA – O grupo de generais que participam da campanha de Bolsonaro passou ao largo do “vídeo do Doria”. O que deu audiência mesmo no QG dos militares foi a fala do rapper Mano Brown, que disse diante de Fernando Haddad e Manuela d’Ávila que o PT vai perder a eleição.
Escalado para ministro da Defesa num eventual governo Bolsonaro, o general Augusto Heleno virou o queridinho de um grupo de empresários que apoia a candidatura do capitão reformado. Ele é considerado “preparado e ponderado”.
E o presidente Michel Temer tem se recusado a tomar qualquer medida que possa interferir no governo do seu sucessor, incluindo a nomeação para cargos com mandato. A regra é: tudo o que não for urgente ou imprescindível vai deixar para o sucessor.
DE SAÍDA – O presidente do BB, Paulo Caffarelli, não fica no cargo no próximo governo independentemente do vencedor. A pessoas próximas, tem dito que, se a vitória for de Bolsonaro – e Paulo Guedes anunciar o substituto já na transição –, deixa a vaga antes do fim do governo.
Nesse caso, o mais provável é Temer recorrer a solução caseira e nomear um vice-presidente para mandato-tampão até janeiro. A informação no mercado é de que Caffarelli já foi sondado para vagas na iniciativa privada.