Suspeito de envolvimento em suposto esquema fraudulento no fundo de previdência dos servidores do Cabo de Santo Agostinho é o 23º preso pela Operação Abismo. Empresário foi encaminhado para o Cotel, em Abreu e Lima
Mais uma pessoa foi presa em consequência da Operação Abismo, que investiga um suposto esquema fraudulento no fundo de previdência dos servidores do Cabo de Santo Agostinho, município da Região Metropolitana do Recife (RMR). O prefeito da cidade, Lula Cabral (PSB), foi preso na sexta-feira (19) por envolvimento no crime. Os desvios nos recursos — destinados a cobrir as aposentadorias dos funcionários públicos da cidade — chegam a R$ 90 milhões.
A prisão, ocorrida em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, é 23ª decretada no âmbito da operação, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira passada (19). O suspeito, um empresário, foi detido quando chegava em casa, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ele foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem (Cotel) em Abreu e Lima, na RMR. O mandado de prisão foi expedido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
De acordo com a PF, todas as prisões temporárias realizadas pela operação na sexta-feira foram renovadas nessa segunda-feira (22). Além disso, os materiais apreendidos em outros estados — já que a ação foi deflagrada simultaneamente em Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Goiás, Santa Catarina e no Distrito Federal — estão chegando no Recife, onde devem passar por análises e perícias especializadas. Entre o material apreendido estão dinheiro em espécie, carros de luxos, equipamentos de informática e documentos fiscais.
Abismo
A operação deflagrada pela PF na sexta-feira (19) em Pernambuco e em outros seis estados brasileiros teve o objetivo de desarticular um esquema de fraudes no instituto de previdência de servidores do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. As investigações tiveram início em março deste ano e constataram o desvio de mais de R$ 90 milhões, o que teria ocorrido a mando do prefeito do município, Lula Cabral. O esquema teve a participação de empresários, lobistas, advogados, políticos e religiosos.
A operação cumpriu 42 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de prisão temporária e foi deflagrada de forma simultânea em três cidades pernambucanas (Cabo, no Grande Recife, Vitória, na Zona da Mata, e Salgueiro, no Sertão). Também houve prisões e apreensões em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Goiás, Santa Catarina e no Distrito Federal. Só para cumprimento em Pernambuco, onde se concentrou a fraude, foram emitidos cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 18 de busca e apreensão.