PF: escutas mostram R$ 1,2 milhão em propina a Perillo

Congresso m Foco

Em gravações incluídas ao inquérito da Operação Cash Delivery, a Polícia Federal (PF) detectou diálogo que indica pagamento de propinas para as campanhas do ex-governador Marconi Perillo(PSDB), que tenta uma vaga no Senado nas eleições deste ano. A operação foi deflagrada na semana passada e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-governador, um dos principais líderes do PSDB em Goiás. O tucano só não foi preso devido ao prazo legal que proíbe prisões de candidatos 15 dias antes da eleição (7 de outubro).

Por meio de nota (íntegra abaixo), Perillo diz que está à disposição das autoridades e classifica a operação como “espetacularização”. “O Governador não irá depor antes das eleições pois entendemos que a deflagração da operação na reta final da campanha eleitoral teve claro sentido eleitoreiro e o objetivo de provocar ataques e injusta perseguição política a Marconi”, diz trecho da mensagem.

A TV Anhanguera, afiliada da TV Globo em Goiás, teve acesso a um diálogo entre um funcionário do doleiro Álvaro Novis, um dos delatores da empreiteira Odebrecht e o motorista de Jayme Rincón – este, apontado como braço direito de Perillo e preso na Cash Delivery.

Segundo a PF, o diálogo em que Márcio Garcia de Moura e um homem identificado como Márcio, que é apontado como funcionário de Álvaro Novis pelos investigadores. Moura é o motorista de Rincón. Ambos são policiais militares.

No diálogo, Moura confirma com Márcio a ida de três “mensageiros” para buscar as remessas. Márcio confirma: “Isso. Aí faz um ponto dois”. Para a PF, “um ponto dois” se refere à entrega de R$ 1,2 milhão em propina, para as campanhas de 2010 e 2014. Gravações telefônicas, conversas por Skype e passagens aéreas de Goiânia a São Paulo – que, para a PF, seriam para buscar o dinheiro – fazem parte do material a que a PF teve acesso e dão sustentação ao inquérito.

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