Como o aquecimento global está intensificando o clima

Um novo estudo sugeriu que o aquecimento global está aumentando a intensidade do fenômeno climático El Niño

Como o aquecimento global está intensificando o clima
O aquecimento global tem impactos profundos no planeta (Foto: Pixnio)
O aquecimento global causado pela emissão de gases de efeito estufa está provocando mudanças climáticas, como ondas prolongadas de calor, elevação do nível do mar, degelo nos polos, entre outros fenômenos associados ao clima, como o El Niño.

O El Niño é uma alteração com uma duração de 15 a 18 meses na distribuição da temperatura da superfície do oceano Pacífico tropical, que se estende da América do Sul à Austrália. No ciclo do El Niño os ventos alísios sopram com menos força na região, resultando no acúmulo de águas mais quentes no oceano. Esse fenômeno provoca secas e inundações nas regiões banhadas pelo Pacífico.

La Niña também é um fenômeno atmosférico, com uma influência oposta a do El Niño. Caracteriza-se por um resfriamento anormal da água da superfície do oceano Pacífico, com interferência no clima.

Os ciclos do El Niño e do La Niña alternam-se em intervalos de dois a sete anos. É muito importante prever esses ciclos não só por causa de suas profundas alterações climáticas, como também para entender como eles vão se comportar diante do avanço do aquecimento global.

Um artigo recém-publicado na revista científicaGeophysical Research Letters de John Fasullo, do National Center for Atmospheric Research, e de seus colegas, aborda o tema de sua evolução ao longo dos anos e das perspectivas futuras.

A influência dos ciclos do El Niño é estudada há quase 100 anos. Na década de 1920, cientistas observaram o impacto do El Niño em lugares tão distantes como o oceano Índico. Mas seus efeitos sofreram alterações nesse período.

De 2009 a 2010, ondas de calor e secas mais intensas do que o previsto pelas ocorrências anteriores do El Niño atingiram a região amazônica. No período de 2010 a 2011, fortes secas e ondas de calor atingiram o sul dos EUA, coincidindo com o ciclo de La Niña. Outras condições meteorológicas extremas nos EUA, na Austrália, na América Central e do Sul e na Ásia sugeriram uma mudança no comportamento histórico do El Niño.

Com o objetivo de analisar essa mudança, os autores do artigo fizeram simulações de padrões climáticos do passado e do futuro. A análise revelou um impacto mais forte dos ciclos do El Niño e de La Niña em climas quentes, sobretudo em regiões da América do Norte e Austrália. As mudanças em outras regiões, como a América do Sul, foram menos evidentes. Seus efeitos também foram mais intensos emregiões terrestres.

Esse estudo mostrou a influência do aquecimento global no comportamento dos dois fenômenos atmosféricos. A Califórnia é um exemplo típico. No ciclo do El Niño ocorrem chuvas e temperaturas baixas. La Niña, por sua vez, aumenta o calor e o clima seco. A tendência é a intensificação desses efeitos, como comprovado pelos enormes incêndios florestais na Califórnia causados pelo calor e um clima extremamente seco.

Em sua conclusão Fasullo escreveu que, “Os futuros ElNiño terão uma influência maior sobre o clima do que o efeito de um El Niño ocorrido há 50 anos”.

O aquecimento global tem impactos profundos no planeta, como extinção de espécies animais e vegetais, desertificação e intensificação de fenômenos meteorológicos, entre outras anomalias climáticas.

Felizmente, existe um consenso entre os países ao redor do mundo, com exceção dos EUA, que é preciso agir com rapidez para reverter as consequências da mudança climática.

Fontes:
The Guardian-Global warming is intensifying El Niño weather

 

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