Rinoceronte branco do norte pode ser salvo da extinção

Uma nova pesquisa de fertilização in vitro pode salvar o rinoceronte branco do norte de extinção

Rinoceronte branco do norte pode ser salvo da extinção
A técnica de fertilização para salvar espécies de extinção começou a ser usada na década de 1970 (Foto: Wikimedia)

O comércio ilegal de chifres de rinocerontes, a guerra civil e a destruição do habitat de animais selvagens causaram a morte de milhares de rinocerontes brancos do norte. Hoje, só duas fêmeas vivem na reserva Ol Pejeta, no Quênia, depois que o macho Sudan morreu em março.

Em 2008, a preocupação com a extinção dessa subespécie de rinocerontes motivou a criação de um grupo de trabalho para estudar técnicas de reprodução desses animais.

Agora, dez anos depois o grupo liderado pelo professor Thomas Hildebrandt, do Leibniz Institute for Zoo and Wildlife Research, em Berlim, Alemanha, publicou um artigo na revista científica Nature Communications descrevendo a metodologia usada para criar os primeiros embriões de rinocerontes pela técnica de fertilização in vitro (FIV).

Ainda existem 21 mil rinocerontes brancos do sul e os embriões serão implantados nas fêmeas. Segundo as previsões dos cientistas, o primeiro filhote deve nascer dentro de três anos.

Em razão do número reduzido de óvulos congelados de rinocerontes brancos do norte, os cientistas fertilizaram os óvulos de rinocerontes brancos do sul com espermatozoides das subespécies do norte armazenados para criar embriões híbridos. Na próxima etapa da pesquisa os cientistas retirarão os óvulos das duas fêmeas sobreviventes, a fim de produzir embriões da mesma subespécie.

A técnica de cultivo celular mantém algumas amostras de células de rinocerontes brancos do norte in vitro, conservando suas propriedades fisiológicas e genéticas. As células-tronco podem transformar essas células em óvulos e espermatozoides, com uma estrutura genética diferente.

“Agora temos uma obrigação moral não apenas de ajudar os rinocerontes brancos do norte a sobreviverem em cativeiro, mas também a ajudá-los a viver de novo em seu habitat natural”, disse Jan Stejskal do Safari Park Dv?r Králové, na República Tcheca, e um dos participantes da pesquisa.

A técnica de fertilização in vitro para salvar espécies ameaçadas de extinção começou a ser usada na década de 1970. Mas, até hoje, só foi bem-sucedida na reprodução do panda gigante, do elefante asiático e do furão.

“Excelentes resultados em placas de petri nem sempre garantem descendentes saudáveis”, advertiram Terri Roth e William Swanson, ambos do zoológico de Cincinnati, nos EUA, e autores de um comentário na Nature Communications sobre a nova pesquisa. “A preservação de espécies ameaçadas depende de um esforço conjunto de programas de reprodução e de políticas rigorosas de proteção aos animais selvagens,” acrescentaram.

Fonte:
The Guardian-First test tube rhino embryos could bring extinct species back from dead

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