CALENDÁRIOS E ESTRELAS: CURIOSIDADES.

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POR MARSEL BOTELHO
No século VII a.C., Terra, Júpiter e Saturno ficaram alinhados por 8 meses. Foi uma superconjunção rara entre Júpiter e Saturno que, em face das diferentes órbitas elípticas inclinadas dos planetas e de suas diferentes velocidades, acontece muito raramente.
Nesse período, Marte se aproximou dessa conjunção e ficaram os três planetas quase que alinhados. Via-se da Terra esses 3 planetas, por conta de seu brilho (luz refletida do Sol) como se fossem estrelas e, por misticismo e crenças primitivas, tendo em vista que não existia ainda nenhuma Ciência formal e o desconhecimento sobre fatos da natureza era tido como produto de deuses e mitos, pensava-se que fosse devido a um grande acontecimento.
Da Terra, via-se esses 3 planetas quase que alinhados, que a cada período de dia se movimentavam para baixo (deslocamento em suas órbitas), parecendo, por puro misticismo, apontar para algum lugar, como se algo importante, mesmo desconhecido fosse ocorrer.
No século II e I a.C., assim como no século I d.C., Júpiter e Vênus voltaram a se alinhar de tal forma que a olho nu poderiam ser confundidos e, portanto, ter-se-ia a impressão de que seria um único objeto, uma única estrela (na realidade planetas) em face do forte brilho de Vênus e de Júpiter nesse período (estrela de Belém? Mas que não é uma estrela). Ninguém nunca tinha visto algo assim. Lembrar que a astronomia, não como Ciência, claro, era bastante desenvolvida pelos sumérios e babilônios ao menos desde 1.600 a.C.
Com a movimentação subsequente do planeta Júpiter (nosso maior planeta gasoso), houve uma aproximação importante deste com Mercúrio (o mais próximo ao Sol), como se ambos, metaforicamente, tivessem ido caminhar juntos. Talvez mesmo a suposta estrela de Natal fosse um cometa. Terá sido o cometa Encke, descoberto em 1786, que tornou a voltar em 2007? Isso é muito improvável, pois se trata de um cometa periódico, sem brilho o bastante.
Foi uma “nova” (estrela binária, um anã branca, que é uma estrela morta, de carbono, em órbita com uma estrela gigante vermelha) ou uma “supernova”? Estrela de nêutrons explodindo? Não se sabe. Geralmente a estrela de natal é representada como um cometa. Resumindo: não há nenhum dado real de que tais conjunções se deram, o que se sabe foi baseado em relatos sem nenhuma precisão astronômica ou científica, sendo puramente religiosos ou míticos. Mas algo é muito certo e verdadeiro: impossível a estrela de Belém ter sido uma estrela. Simplesmente é algo sem nenhum interesse científico. Uma metáfora bíblica.
Porém, no século VI d.C., o monge Russo Dionysius deu início ao sistema de contagem de tempo da maioria dos Países do Ocidente, o que se chamou de “Anno Domini Nostri Jesu Cristi”. Até então, o calendário romano iniciava a partir do reinado do imperador Diocleciano. Como não havia ainda o zero, nem o sistema de numeração romana tinha o zero, estabeleceu-se o “a.C. e o d.C.” O número zero foi criado, na Índia, por volta de 600 d.C., mas era totalmente desconhecido do mundo Ocidental até o século XIV, XV, d.C.
Por falar em calendário: na Roma Antiga, o fim de fevereiro era o fim do ano, como hoje comemoramos o dia 31 de dezembro. Desde a época de Júlio César, é, ele mesmo (amante de Cleópatra, filha de gregos e primeira mulher de sangue não egípcio a ser Faraó), cujo assassinato ficou famoso, tendo Brutus como um dos protagonistas na cena do crime (depois veio Otávio, considerado o primeiro imperador romano).
A cada 4 anos, após o dia 28 de fevereiro, adicionamos 1 dia ao mês de fevereiro, o dia 29.02. Isso ocorre por que a Terra leva 365 e 1/4 de dia para dar uma volta em torno do Sol, ou seja, há um atraso de 1/4 de dia a cada ano, para corrigir o calendário, adicionamos 1 dia a cada 4 anos, portanto. Assim, de 4 em 4 anos temos um ano de 366 dias, o ano bissexto, isso desde, como dito, Júlio César, antes de Cristo, calendário juliano.
Senão fosse corrigido, após um século, teríamos um mês de deslocamento entre o calendário e as estações do ano. Acarretando uma confusão de datas e estações. Poder-se-ia comemorar a Páscoa em pleno Inverno, o Natal no dia de Todos os Santos e por aí vai. Mas, infelizmente ou não, o ano bissexto não resolve tudo.
Só que no calendário juliano, com o ano bissexto, foi acrescentado 38 minutos a mais. Tanto que por volta do século XVI já se havia acumulado 10 dias a mais. Dessa forma, o Papa Gregório XIII suprimiu esses 10 dias e passamos do dia 4 ao dia 15 de outubro no piscar de olhos.
Para evitar o mesmo erro, viu-se que não se pode adicionar o ano bissexto aos anos de fim de século. O que não foi feito em 1700, 1800 e 1900. Mantendo o 29 de fevereiro no ano 2000, para deixar correto o calendário. Assim, o calendário gregoriano estará certo para os 3 milênios que virão!
Mas na Grécia e na Rússia, em face da religião ortodoxa, o calendário juliano ainda é mantido. A Páscoa grega é 13 dias mais tarde, o mesmo com o Natal russo. 13 dias? Mas não foram 10 dias? Só que o calendário juliano não corrigido ainda, ao longo de todo esse tempo, ficou defasado em mais 3 dias, por isso os 13 dias de atraso.
O calendário, enfim, não é algo abstrato, mas algo sincronizado com as estações, para podermos saber quando plantar, colher, quando vai ser mais frio etc. Nada tendo a ver com as festas religiosas. A Páscoa, por exemplo, oscila entre março e abril, já que, religiosamente, não se considera apenas o movimento da Terra em torno do Sol produzindo as estações, mas depende também da Lua.
No domingo que tem a primeira Lua cheia da Primavera, comemoramos a Páscoa. Que coisa! Há também o calendário lunar, como no Islã: o fim do ramadã (jejum) é anunciado pelo primeiro crescente (o dia seguinte ao da Lua nova).

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