Filme sobre Olavo de Carvalho lota sessão do Cine PE

Exibição de O Jardim das Aflições foi marcada pela reação calorosa do público

Segundo a organização, quase mil pessoas compareceram ao Cine PE na noite da quarta-feira. Foto: Lana Pinho/Divulgação
Por Breno Pessoa

Alguns temiam protestos durante a sessão de O jardim das aflições, documentário de Josias Teófilo sobre o filósofo Olavo de Carvalho, exibido na segunda noite do Cine PE, na quarta-feira (28). O receio se mostrou infundado bem antes da projeção: bastou o nome do diretor ser anunciado na abertura da programação e boa parte do público presente no Cinema São Luiz ovacionou o jovem cineasta pernambucano.

Segundo a organização do festival, os ingressos esgotaram ainda na terça-feira (27) e quase mil pessoas compareceram ao evento. Longe de qualquer reação negativa, o que se viu foi uma aclamação antecipada, como se a simples presença do documentário na programação fosse motivo de celebração. Poucas vezes a audiência do Cine PE se mostrou tão efusiva, de forma tão unânime. Além das salvas de palmas e gritos calorosos, muitos abordaram pessoalmente o diretor para cumprimentos ou fotos.

A inclusão do documentário na grade do festival quase inviabilizou o evento, já que, no mês passado, alguns cineastas decidiram retirar suas obras em discordância à escalação de O jardim das aflições e do filme Real: O plano por trás da história, exibido na noite da segunda-feira (27). A saída dos realizadores criou lacunas na programação, obrigando o adiamento do evento, mas a celeuma trouxe enorme exposição para o longa de Josias, visibilidade antes restrita quase que exclusivamente aos admiradores do filósofo e apoiadores do projeto, viabilizado em boa parte a partir de uma plataforma de financiamento coletivo.

O filme entra em cartaz hoje no circuito comercial, no UCI Recife. Josias Teófilo espera também conseguir emplacar o filme na programação Cinema São Luiz. Durante discurso que precedeu a exibição do longa do Cine PE, fez questão de citar nominalmente o programador da sala, Geraldo Pinho, e falar sobre o desejo de ver O jardim das aflições em cartaz no tradicional cinema.

A polêmica acabou, em certa medida, sendo benéfica também para o festival, ao menos neste segundo dia de evento: raras vezes nos últimos anos o Cine PE público tão expressivo, ainda mais em uma noite de quarta-feira. Bom também para outros realizadores que tiveram as obras exibidas na ocasião. A programação contou com as animações Almas secas e Marina e o passarinho perdido, além do documentário Soberanos da resistência, concorrentes na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos. Já a mostra competitiva nacional teve três títulos: O ex-mágico (PE), Luiza (PR) e Dia dos namorados (RS).

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