Senado quer ver papel de bancos em crimes na Lava Jato

Comissão aprova audiência com presidentes do Banco Central e do Coaf e representantes de instituições financeiras e de empresas de transporte de valores

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A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) aprovou nesta quarta-feira a realização de uma audiência para debater o papel dos bancos e das empresas transportadoras de valores nos casos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. O requerimento é do presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO).

Serão convidados o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, o presidente do Conselho Diretor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Pedro Moreira Salles, o diretor presidente da Associação Brasileira de Transportadores de Valores, Marcos Emanuel Torres de Paiva, e o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, Antonio Gustavo Rodrigues.

É a segunda vez nos últimos dias que é aventada a possibilidade de arrastar os bancos para o meio da Lava Jato. Em depoimento ao juiz Sergio Moro no dia 20 de abril, o ex-ministro da Fazenda no governo Lula, Antonio Palocci (PT), levantou a possibilidade de envolver nas investigações outros setores além da construção civil.

“Um banqueiro me procurou e disse: ‘Olha, eu estou aqui, mandado por uma pessoa do governo e quero dizer que vou cuidar das coisas, do financiamento de campanha, as reservas, as provisões. Então queria saber se você pode me ajudar”, relatou o ex-ministro, que se disse disposto a colaborar com Moro, dando nomes, operações e outras informações que a Lava Jato considerar importantes e que, se fizesse isso, daria “mais um ano de trabalho” à força-tarefa.

Quatro dias depois, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini (SP), afirmou que uma colaboração de Palocci à Lava Jato seria “um verdadeiro terremoto”. “A gente tem certeza que ele tem muito para falar, inclusive sobre os grandes grupos econômicos brasileiros, o capital financeiro, os grandes bancos e as grandes redes de comunicação“, afirmou.

No escândalo do Mensalão, um dos “personagens” centrais do esquema era o Banco Rural, usado para realizar as transferências de dinheiro e as operações para legalizar dinheiro de origem ilícita. Três ex-dirigentes do banco foram condenados por gestão fraudulenta pelo Supremo Tribunal Federal.

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