País melhorou apenas uma colocação de 2016 para 2017
Está inerte há 6 anos, afirma Repórteres sem Fronteiras
O Brasil é o 103º país no ranking de liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras. O resultado anunciado nesta 4ª feira (26.abr.2017) é praticamente o mesmo de 2016: no ano passado, o país ocupava a 104ª colocação e tinha pontuação 0,96 ponto melhor.
Leia quais são os melhores colocados, os posicionados próximos ao Brasil e aqueles que ocupam os últimos postos. Ao lado, estão as notas de cada país. Quanto mais baixa, melhor.
1 – Noruega (7,60)
2 – Suécia (8,27)
3 – Finlândia (8,92)
4 – Dinamarca (10,36)
5 – Países Baixos (11,28)
100 – Nepal (33,02)
101 – Guiné (33,15)
102 – Ucrânia (33,19)
103 – Brasil (33,58)
104 – Kuwait (33,61)
105 – Equador (33,64)
176 – China (77,66)
177 – Síria (81,49)
178 – Turcomenistão (84,19)
179 – Eritreia (84,24)
180 – Coreia do Norte (84,98)
“Pelo sexto ano consecutivo, o Brasil permanece estagnado na parte inferior do Ranking da RSF, uma classificação que não é digna da maior democracia do continente sul americano”, afirmou a ONG.
A organização dá destaque a casos de agressões a jornalistas na cobertura de manifestações de rua e à instabilidade política do país, “ilustrada pela deposição da ex-presidente Dilma Rousseff”. Em 2016, foram 72 casos de agressão, sendo a maioria perpetrada por policiais, de acordo com a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).
Foram registradas 3 assassinatos de jornalistas motivados pela atividade profissional da vítima no ano passado. Em 5 anos, foram 21 comunicadores mortos nessas condições. “O país segue sem um mecanismo de proteção voltado para os comunicadores em situação de risco”, afirma a Repórteres Sem Fronteiras. Entre os latino-americanos, apenas o México registrou resultado pior –10 assassinatos só em 2016.
Além da violência, a má colocação também “reflete a existência de um conjunto mais amplo de problemas, que vão da recorrência de ações judiciais abusivas à deficiência no acesso à informação, passando por um cenário midiático pouco democrático, todos fatores que entravam o pleno exercício da liberdade de imprensa no país.” A afirmação é do diretor regional da ONG para a América Latina, Emmanuel Colombié.
A Repórteres Sem Fronteiras também cita como pontos negativos a exoneração do ex-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) Ricardo Melo e da dissolução do conselho curador da organização. Por fim, afirma faltar uma regulamentação clara contra monopólios e oligopólios de mídia. De acordo com a ONG, isso afeta o pluralismo e causa conflitos de interesse.