A virgindade do Chapeuzinho Vermelho

comentarista    Por  José Adalberto Ribeiro – Jornalista e escritor

MONTANHAS DA JAQUEIRA – A radicalização está nos ares, nos mares, nos bares, nos hangares, em todos os lugares onda canta o carcará e onda cantava o sabiá. Mas, o governo ainda não embarcou nessa psicosfera, como dizem os espíritas, ou espiritualistas.Radicalização atrai radicalização, ou repressão, ou o Brazil embarca na rota do imponderável.     Não existem remédios miraculosos para curar as dores das desilusões populistas. Tampouco existem fórmulas mágicas para reverter a recessão em cima do lance.

Depois de pintar e bordar e sangrar o coração do Brazil durante 13 anos, os bezerros vermelhos desmamados agora querem dar lições de governança. O sapo das barbas da cor de brasa está tirando onda de ser candidato a presidente neste ano de 2017 ou 2018 para tirar o Brazil das trevas criadas por eles mesmos. Mas, com que molambos de roupa? Com que alianças partidárias? O PMDB tá fora. Idem o PP. As seitas ideológicas de ultra esquerda querem os holofotes no primeiro turno. A caterva vermelha do B está à míngua dos pixulecos da UNE.

Tirar onda de candidato faz parte da filosofia das peladas de futebol de que a melhor defesa é o ataque. Quer tirar onda de vítima como sendo a criatura mais honesta que já nasceu, viveu e padeceu nesta pátria mãe gentil, por ser o redentor da pobreza, o protetor dos fracos e oprimidos, dos frascos e dos comprimidos, uma Madre Tereza de Calcutá com Chapeuzinho Vermelho. Percentuais nas pesquisas eleitorais de opinião pública são montanhas de gelo. Podem derreter, a depender das CNTPs – Condições Naturais de Temperatura e Pressão, na linguagem da química. Ou são montanhas de nuvens, que o diga o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Chapeuzinho Vermelho perdeu a virgindade quando brincavam de esconde-esconde com seus anões nas cavernas do poder.
O presidente Michel Temer tem legitimidade igual àquela da jararaca vermelha que o antecedeu. Ela perdeu a legitimidade nas capoeiras da vida. Lacradas as urnas, legitimidade se conquista ou se perde no exercício do poder. O novo vereadorzinho paulistano Eduardo Suplicy apresenta sua equipe de trabalho como exemplo de diversidade “politicamente correta”: cinco mulheres chefes de família, um negro homem e uma negra mulher, um indígena, um gay, um oriental, dois aposentados, duas mulheres trans, quatro nordestinos e um ex-morador de rua.

O Big Pateta Suplicy representa a si mesmo na fauna dos Patetóides. Eles apostam no conflito social como um capítulo do conflito ideológico. A sociedade fracionada proposta pelos sectários não é a sociedade multicultural unificada pelabrasilidade. Os negros, os gays, os imigrantes, os nordestinos, os indígenas, os pobres das periferias não são brasileiros, segundo os vermelhos. São criaturas oprimidas pelas elites dominantes. Esta é uma pós-verdade, no dizer atual. Isto significa instigar os conflitos sociais sem nada contribuir para mitigar o problema. A injustiça social está enraizada há séculos no Brazil.

As esquerdas demagógicas e as seitas ideológicas cometeram apropriação indébita ao se apropriarem das bandeiras da justiça social. Corrupção e incompetência não redimem pobreza. Ao contrário, são fontes de desagregação e exclusão social.

 

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