De Brasília
O impeachment da presidente Dilma Rousseff entra em fase considerada decisiva. Oposição e governo passam o fim de semana em intensas conversas, tentando convencer os indecisos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mudou definitivamente para o luxuoso hotel em Brasília, onde passará o final de semana prometendo o que Dilma não fez em cinco anos. Na oposição, a ideia é arrumar um método para se contrapor às investidas de Lula. Embora não dê para cravar o resultado, quatro motivos podem contribuir para o impedimento.
Comissão especial
A comissão especial criada para discutir o impeachment passará o final de semana discutindo o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), que já pediu o afastamento de Dilma. O texto apresentado está bem amarrado e fundamentado, segundo juristas. Governo e oposição concordam: há número suficiente para aprovar o impeachment na comissão.
Baixa popularidade
A popularidade da presidente Dilma despenca ladeira a baixo. Pesquisa Ibope, divulgada em 30 de março, mostra que os entrevistados que consideravam o governo Dilma ótimo ou bom são 10%, contra 69% que o definem como ruim ou péssimo e 19%, regular. Com a avaliação em baixa, aumenta a pressão da sociedade e da opinião pública para cassá-la.
Pressão nos estados
Os deputados aliados tentam manter a lealdade à presidente, mas sofrem intensa pressão nas bases eleitorais. Suas excelências chegam a ser ameaçadas quando andam nas ruas. Para agravar a situação, o Movimento Brasil Livre (MBL), vinculado à oposição, vem divulgando nas redes sociais os apoiadores do governo, numa clara tentativa de constrangê-los.
Calendário Cunha
Principal algoz de Dilma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), definiu um rito que afeta as pretensões de Dilma. Ele começará a votação em plenário chamando os deputados da região Sul, onde é maior a adesão ao impeachment, e marcou cuidadosamente a data em plenário para domingo (17), dando chance de a população manifestar em frente ao Congresso.