Desaprovação de Haddad complica plano do PT

Com o prestígio devastado pelo surto de corrupção e pela impopularidade de Dilma Rousseff, o PT não espera muito das urnas municipais de 2016. Mas a direção da legenda ainda cultiva a pretensão de obter na cidade de São Paulo uma vitória capaz de compensar as derrotas que decerto colecionará ao redor do país. Entretanto, pesquisa do Ibope divulgada nesta terça-feira revela que a reeleição do prefeito paulistano Fernando Haddad está longe de ser uma prioridade do eleitorado.

Acentuou-se a desaprovação à gestão de Haddad na prefeitura de São Paulo. Subiu de 40% para 56% o contingente de eleitores que avaliam o desempenho da prefeitura petista como ruim ou péssima. Apenas 13% dos entrevistados afirmam que Haddad faz um governo ótimo ou bom. A nove meses da eleição, o prefeito está quase tão impopular quanto Dilma, cuja taxa de aprovação gira ao redor de 10%.

Haddad dispõe de pouco tempo para recuperar sua imagem. E seria temerário contar com a repetição de um fenômeno de 2012. Há quatro anos, Lula retirou Haddad da poltrona de ministro da Educação e atravessou-o no caminho de Marta Suplicy. Depois de impor o candidato, Lula carregou-o nos ombros até a eleição. Hoje, Marta se equipa para concorrer à prefeitura pelo PMDB e Lula já não dispõe do mesmo prestígio. De resto, o soberano petista tem outras prioridades.

Submetido ao risco de se tornar um investigado formal, Lula parece mais preocupado com o reforço do seu time de advogados do que com a estratégia eleitoral do PT. A Lava Jato empurrou Lula para a defensiva. Haddad terá de fazer campanha com as próprias pernas. Ou leva realizações à vitrine ou dificilmente sairá das urnas como uma exceção em meio ao provável fiasco petista.

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