ZÉ RAMALHO O POETA DOS ABISMOS

    POR ÉSIO RAFAEL

Depoimento de Zé Ramalho, no livro: – ZÉ RAMALHO O POETA DOS ABISMOS, de: Henri Koliver (prefácio do Oliveira de Panelas) página, 157: “O Oliveira de Panelas, por exemplo, é um cantador diferente dos outros. Ele é um cara completamente espacial, mais do que possamos imaginar. É uma pessoa instruída, ladina, e tudo que ele canta, está relacionada com alguma coisa do espaço ou de profunda filosofia humana, de forma geral”. Esse livro não traduz uma caixinha de surpresa. Zé Ramalho já tem aquele porte físico, fenotípico, além túmulo. Mas, esclarece, sobremaneira, algumas dúvidas que possamos tê-las, com relação às letras de suas músicas. Fora isso, a Cantoria de Viola está entranhada definitivamente na alma e em toda a obra desse poeta. Isso, lhe vem da infância. Na primeira parte do livro (são três) Zé Ramalho passa o “serviço” todo! As origens de suas belas letras, a relação dele com o “tropicalismo”, MPB, Jovem Guarda, música pop, psicodélica, roqueira, doida e misteriosa, está freudianamente ligada à cultura dos cantadores. Normal, normal! Não só na música, mas na literatura, na poesia é “desse jeitinho”, como diz o Marcos Nigro. Tudo, ou quase tudo, vem da infância. Eu mesmo, não sei fazer nada disso, mas adoro mamãe! Eric Clepton, Thomas Hardy, Rimbaud, além de outras “feras”, brincaram de patinetes, ou de carrinhos rasteiros, movidos à rolimãs. Finalizando, gostaria de tomar uma cachaça com o meu amigo: Euclides Batista, Kida. Foi ele quem jogou o livro supra na minha mão. Cadê você, poeta!

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