Empreiteiras e nomes: tensão elevada ao máximo

De Mônica Bergamo, hoje na Folha de S.Paulo:

Os depoimentos dos executivos da Camargo Corrêa que aderiram à delação premiada devem elevar ao máximo a tensão entre as outras grandes empreiteiras do país. O acordo com o Ministério Público prevê que eles admitam claramente que faziam parte de um cartel. Ou, como já definido por outra empresa, a Toyo Setal, de um “clube” que dividia a execução de obras no país.  Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, e Eduardo Leite, vice-presidente, devem sustentar que a licitação que escolheu o consórcio que construiria a usina de Belo Monte, na Amazônia, foi regular. Ainda assim, teria havido pagamento de propina –seguindo costumes consolidados no setor.

O governo está inquieto com a delação dos executivos da Camargo Corrêa. No fim de semana, houve frenéticas reuniões de dirigentes de estatais de energia para tratar do caso

A expectativa do Ministério Público é a de que partidos sejam citados. Já se admite, no entanto, que os executivos não apresentem provas de que o dinheiro chegou às legendas. É que ele teria sido entregue a diretores da Petrobras (como Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Renato Duque) e de estatais da área de energia. E não diretamente a dirigentes políticos.

Eventuais conversas com o tesoureiro do PT, João Vaccari, e com arrecadadores de outras legendas, por exemplo, teriam girado em torno de contribuições oficiais e não condicionadas à execução de obras. Outros funcionários da Petrobras, ainda não citados, devem agora ser envolvidos no escândalo.

 

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